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Blazing Chrome é a homenagem perfeita a um gênero que anda abandonado

Em Blazing Chrome, as máquinas dominam o mundo e os poucos humanos sobreviventes estão à beira do extermínio, sem capacidade para fazerem frente aos seus inimigos metálicos. O jogo é um Run’n’Gun da JoyMasher, publicado pela Arcade Crew, tentando reviver os maiores clássicos do gênero, mas não deixando sua originalidade de lado.

O jogo conta com quatro personagens jogáveis, dois desde o começo. A variedade de armas e jogabilidade desse jogo é impressionante diante de um jogo que tenta tanto se fechar no gênero para trabalhar em cima da nostalgia, o que faz muito, muito bem.

Ao estilo de Contra e Metal Slug, a jogabilidade de Blazing Chrome permite que nossos protagonistas atirem freneticamente para 8 direções enquanto tenta desesperadamente esquivar de um inferno de monstros, mísseis, lasers e tiros inimigos. Este título consegue ser excessivamente punitivo.

O personagem possui cinco vidas, cada uma destas sendo perdida a qualquer dano inimigo sendo feito ao jogador. O sistema de hit-kill é muito bem vindo para aumentar a dificuldade e desafio do jogo, mas o spawn cru e quase instantâneo pode tirar a concentração do jogador e fazê-lo morrer mais de uma vez, o que é frustrante, principalmente diante de um jogo que tem animações tão bem trabalhadas. Isto também pode custar os preciosos power-ups que podem fazer a diferença entre uma vitória e um game over.

A variedade previamente citada nesta análise não é de se descartar. Apesar de uma duração relativamente curta, principalmente para veteranos do gênero, o jogo conta com um número surreal de inimigos diferentes – de monstros a soldados a robôs e especialmente os chefes – que são criativos, únicos e memoráveis.

Sobre a estética de Blazing Chrome: este é não apenas um dos jogos mais lindos do gênero, como do ano. Nunca antes encontramos gráficos tão nostálgicos quanto atualizados – a pixel art, além de ser belíssima, conta com animações extremamente vívidas e filtros opcionais que complementam ainda mais os visuais desse jogo.

Com rimas sonoras a títulos clássicos do cinema dos anos 80, como Exterminador do Futuro, o jogador se sente num mundo pós apocalíptico, pronto para combater o que restou da Skynet… e alguns demônios que podem ter surgido ou não do nada.

O design de som desse jogo é bastante interessante. Apesar de os efeitos sonoros serem rústicos, tentando se manter na proposta de ser um sucessor espiritual para contra, este se mantém não repetitivo e agradável. A trilha sonora como foi dito rima com os anos 80, num synthwave mágico e frenético.

Pros:

  • Combate rico e desafiador;
  • Visuais e som espetaculares;
  • Variedade de armas, inimigos e mapas;
  • Trilha sonora;
  • Retrofuturismo;
  • Maestria na aplicação dos conceitos do gênero de run’n’gun.

Cons:

  • Sistema de respawn;
  • Excesso de informações na tela;
  • Quebra de imersão ocasional.

Nota: 7/10

Plataformas:

  • PC (plataforma analisada, chave concedida por The Arcade Crew)
  • Nintendo Switch
  • X1

Com tudo isso, é difícil não gostar de Blazing Chrome. Mesmo com as frustrações presentes no jogo, todo o carinho em seu desenvolvimento é notável. O jogo tenta ser um sucessor espiritual a clássicos como Contra e Metal Slug e não peca em revitalizar estes jogos, sendo único e original, porém deixa a desejar em melhorias técnicas ao se apegar talvez até demais no sistema antigo do gênero.

Engenheiro de Software, Game Dev e Criador de Conteúdo.

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