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Dicefolk – uma tomada refrescante aos roguelites

Dicefolk é um jogo roguelike desenvolvido pela LEAP Game Studios e publicado pela Good Shepherd Entertainment. Lançado em 27 de fevereiro de 2024 para PC e 20 de junho para Switch, o jogo combina mecânicas de construção de baralhos com elementos de coleta de monstros, lembrando clássicos como Pokémon, mas com uma abordagem única. Em Dicefolk, os jogadores utilizam dados para determinar as ações tanto dos seus próprios monstros quanto dos inimigos, criando um sistema de combate estratégico e dinâmico. O jogo é caracterizado por sua alta rejogabilidade, oferecendo novos desafios e recompensas a cada partida.

Mecânicas de Jogo

Dicefolk utiliza um sistema de combate inovador baseado no uso de dados, onde as ações dos jogadores e dos inimigos são determinadas pelos resultados das rolagens. Cada turno permite ao jogador e ao inimigo utilizar até três dados, sendo que o jogador controla tanto suas próprias ações quanto as dos inimigos, adicionando uma camada estratégica significativa ao jogo. As chimeras, que são os monstros controlados pelos jogadores, possuem habilidades únicas que precisam ser utilizadas de maneira estratégica para maximizar a eficiência em combate. Essa mecânica incentiva o planejamento cuidadoso e a antecipação dos movimentos, exigindo que os jogadores pensem bem antes de agir. Além disso, a estrutura do combate, que lembra o sistema 3×3 de Pokémon, proporciona uma familiaridade nostálgica enquanto introduz novas complexidades estratégicas.

As chimeras não evoluem nem sobem de nível como em outros jogos de coleta de monstros. Em vez disso, elas são ferramentas estáticas que podem ser modificadas com itens encontrados durante a exploração. Os jogadores podem equipar suas chimeras com diversos itens que aumentam suas habilidades, proporcionando uma variedade de estratégias para cada partida. Apesar da falta de progressão das chimeras poder ser vista como uma oportunidade perdida, a vasta gama de itens e habilidades disponíveis ainda permite uma personalização significativa e uma abordagem estratégica diversificada.

O Mundo de Dicefolk

A exploração ocorre através de biomas segmentados, onde os jogadores encontram diversos desafios e recompensas. A cada derrota, o progresso é resetado, mas os jogadores ganham pontos que desbloqueiam novas chimeras e habilidades para futuras tentativas. O mapa do jogo inclui lojas, pontos de cura e outras localidades interativas que oferecem vantagens estratégicas, incentivando a exploração. A estrutura do jogo é projetada para múltiplas jogadas, com cada tentativa proporcionando novos desbloqueios e aprendizados. Em média, cada rodada dura entre 30 a 60 minutos, oferecendo um equilíbrio entre sessões rápidas e uma experiência de jogo mais profunda.

O jogo apresenta um estilo de arte encantador, inspirado nos desenhos animados mais antigos, com designs de chimeras criativos e coloridos. Embora algumas biomas possam parecer simples, a atenção aos detalhes, como a brisa que passa pelos campos gramados, adiciona um charme visual ao jogo. As chimeras possuem uma variedade de designs que adicionam ao apelo do jogo, apesar de alguns serem um pouco esquecíveis. A combinação de visuais nostálgicos e criativos ajuda a criar uma experiência estética agradável e envolvente para os jogadores.

O mesmo também se destaca por suas mecânicas de combate inovadoras e estratégicas, que permitem ao jogador controlar as ações dos inimigos, adicionando profundidade e tática ao jogo. A alta rejogabilidade é um dos pontos mais fortes, com o jogo incentivando múltiplas jogadas através de um loop roguelike que oferece desafios e recompensas contínuas. Cada jogada apresenta novos desafios e recompensas, mantendo o jogador engajado. A necessidade de equilibrar ataque, defesa e habilidades das chimeras, juntamente com a importância da ordem e do timing dos movimentos, torna a jogabilidade envolvente e desafiadora. Além disso, o estilo de arte nostálgico e atraente melhora a experiência visual e aumenta o apelo do jogo.

Um dos principais pontos fracos de Dicefolk é a falta de progressão das chimeras, que não evoluem nem sobem de nível, limitando o crescimento e o investimento nos personagens ao longo do jogo. Essa ausência de evolução pode fazer com que as chimeras se sintam mais como ferramentas estáticas do que como criaturas dinâmicas e envolventes. Além disso, a dependência significativa da sorte devido à mecânica de rolagem de dados pode levar a frustrações, pois rolagens desfavoráveis podem afetar os jogadores de maneira significativa, impactando a experiência de jogo. A falta de opções de acessibilidade, como a possibilidade de ajustar o tamanho do texto, também pode ser um obstáculo para alguns jogadores.

PROS:

  • Alta rejogabilidade;
  • Um bom esforço artístico;
  • Criatividade de jogabilidade.

CONS:

  • Falta de sistema de nivelamento das criaturas;
  • Design de chimeras fraco.

PLATAFORMAS:

  • PC;
  • Nintendo Switch (Plataforma analisada, chave gentilmente cedida por Devolver Digital).

NOTAS:

Jogabilidade:Qualidade dos controles7

Design (Dificuldade, Level, Criatividade)7
História:Enredo6

Narrativa7
Arte:Gráficos7

Direção artística7
Audio:Efeitos Sonoros7

Trilha Sonora7
PortEstabilidade9

Otimização9
NOTA FINAL:
7.3

Dicefolk é digno por suas mecânicas de combate únicas, profundidade estratégica e estilo visual encantador. Embora a falta de progressão das chimeras e a dependência da sorte sejam notáveis desvantagens, o jogo se destaca por sua alta rejogabilidade e capacidade de proporcionar desafios contínuos aos jogadores. Para fãs do gênero roguelike e de jogos de construção de baralhos/equipes, Dicefolk oferece uma experiência fresca e cativante, combinando elementos de coleta de monstros com uma abordagem inovadora e estratégica. No geral, o jogo é uma excelente adição ao gênero, com uma mistura de nostalgia e inovação que certamente agradará tanto veteranos quanto novos jogadores.

Engenheiro de Software, Game Dev e Criador de Conteúdo.