Tales of Symphonia Remastered – modesto até demais para o jogo lendário que é
Tales Of é uma clássica franquia de JRPGs que, apesar de não ter o mesmo alcance de jogos como FINAL FANTASY e DRAGON QUEST, definitivamente bate de frente com grandes nomes há décadas.
Tales of Symphonia, o lendário título da franquia para GameCube lançado em 2004, é um dos poucos títulos que não possuiu lançamentos em plataformas modernas. Ao ser anunciado para Nintendo Switch o público ficou imensamente contente, mas deve-se deixar claro que esta versão é baseada no relançamento de PS3, que por si só usou como base o lançamento de PlayStation 2 exclusivo do Japão.
Tales of Symphonia é um marco nos JRPG do início do século. Com um mundo extremamente vivo e belo, personagens carismáticos e marcantes, acompanhado de uma trilha sonora inesquecível, o jogo para seu tempo é ótimo em tudo que faz, não é à toa a paixão da comunidade.
A história de Symphonia é de longe um dos maiores marcos do título. O protagonista e seu bando buscam quebrar um ciclo vicioso de destruição do mundo. As relações dos personagens é foco na trama e apresenta inúmeras camadas de desenvolvimento de uma história que de pouco em pouco se aprofunda e enriquece diante dos acontecimentos.
A jogabilidade segue as convenções dos títulos da série Tales Of. Batalhas limitadas por uma arena em tempo real, com uma equipe de participantes de diferentes classes, podendo executar combos estratégicos para derrotar seus inimigos. Neste título, o movimento do protagonista é limitado no eixo 2D entre a posição do protagonista e o inimigo, porém a escolha do inimigo que se ataca naquele momento determina esta movimentação.
Isto tudo proporciona um desafio interessante, pois a posição dos demais inimigos e aliados na área pode influenciar assistências ou golpes inesperados dado suas devidas posições. Se falando estritamente do combate em meio 2D, curiosamente, o combate remete ao de jogos como Grand Chase e Elsword, obviamente com as mecânicas respectivas de sua própria série.
Fora o combate, a exploração do mapa segue padrões da JRPGs da época. Normalmente com câmera fixada ou semi-fixada, o jogador pode explorar as cidades e interiores presentes aqui. O overworld segue padrões de jogos um pouco mais antigos, com o avatar grande atravessando terras em miniatura e enfrentando ocasionalmente sombras monstruosas que representam potenciais batalhas com inimigos.
A progressão de personagens é dado por sistemas de equipamentos e títulos (que funcionam mais ou menos como classes) que determinam os stats individuais. Estes podem ser desbloqueados por missões secundárias ou a própria sequência da história.
Infelizmente, o maior ponto de peso deste relançamento é a falta de esforço da versão. É difícil engolir um relançamento tão aguardado sendo denominado como remaster onde não há nenhuma melhoria gráfica além da renderização do jogo em full HD. Dado que o jogo tem quase vinte anos e tamanho aguardo dos fãs por um relançamento digno, é triste não se tratar de um remaster, mas sim de um port extremamente básico.
A versão original de GameCube, VINTE anos atrás, rodava a 60 FPS, e é claro que esta limitação não é responsabilidade do hardware. E considerando que a versão foi basicamente portada do PlayStation 3, havia de se esperar pelo menos a inclusão da continuação, Dawn of the New World, inclusa na versão de PS3, o que torna tudo ainda mais confuso, pois todo o conteúdo extra da versão veio para a de Switch.
PROS:
- Finalmente, relançamento de um dos maiores jogos da série em plataformas modernas
- Um dos melhores JRPGs do começo do século
- Melhorias de qualidade de vida versão de PS3
CONS:
- Mais port que um remaster
- Baseou-se na versão de PS2, não de GameCube
- Conteúdo extra da versão de PS3 está incompleto – não inclui a continuação do original, que fica perdida no esquecimento
- Dada a falta do merecido polimento, a idade do jogo se torna extremamente visível, por vezes, incômoda
PLATAFORMAS:
- Nintendo Switch (plataforma analisada, chave gentilmente concedida por Bandai Namco);
- PlayStation 4/5;
- Xbox One/Series.
NOTAS:
Jogabilidade: | Qualidade dos controles | 8 |
Design (Dificuldade, Level, Criatividade) | 8 | |
História: | Enredo | 9 |
Narrativa | 8 | |
Arte: | Gráficos | 5 |
Direção artística | 8 | |
Audio: | Efeitos Sonoros | 8 |
Trilha Sonora | 9 | |
Port | Estabilidade | 5 |
Otimização | 1 | |
NOTA FINAL: | 6.9 |
Num ano com remasterizações incríveis como Klonoa Phantasy Reverie (da própria Bandai), Crisis Core: FINAL FANTASY VII – Reunion, Metroid Prime Remaster, o que seria uma grande oportunidade para mais pessoas conhecerem um dos JRPG mais importantes da história acabou sendo apenas mais um modesto port. O que ainda assim é jogável, mas ofusca uma luz que merecia brilho consideravelmente mais intenso. Pela primeira vez é uma versão mais que suficiente, mas para fãs de longa data, fica um forte gosto de “quero mais”.