Dead Rising Deluxe Remaster – O Renascimento de um Clássico de Zumbi
Se você acha que enfrentar hordas de zumbis em um shopping gigante já era caótico o suficiente, prepare-se para revisitar essa experiência em Dead Rising Deluxe Remaster, agora com gráficos revitalizados e jogabilidade refinada. A Capcom trouxe de volta o clássico apocalipse zumbi de Willamette, mas com uma série de atualizações que prometem surpreender veteranos e novatos. Será que essa nova versão consegue resgatar o charme do original, ao mesmo tempo em que entrega melhorias que atendem às expectativas dos jogos atuais?
A história conta a jornada de Frank West, um jornalista investigativo que vai a cidade de Willamette após ela ser colocada em quarentena pelo exército. Em busca de um furo jornalístico, ele vai para a cidade de helicóptero e encontra muitas coisas estranhas acontecendo no caminho, como pessoas sendo comidas vivas. Frank, que já cobriu guerras no seu passado, aterrisa no shopping da cidade e combina com o piloto do helicóptero seu resgate depois de 72 horas.
A gameplay de Dead Rising Deluxe Remaster mantém a essência do jogo original, mas com diversas melhorias, especialmente em pontos que estavam datados. Os comandos permitem correr, pular, atacar (com ou sem itens) e aproveitar uma enorme variedade de objetos no cenário para enfrentar as hordas de zumbis. É possível usar guitarras, bancos de praça, bolas de boliche e qualquer outra coisa que você encontrar, podendo bater ou arremessar contra os mortos vivos. A premissa do jogo permite que você utilize tudo o que o shopping oferece: trocar de roupas, comer, dirigir carros, fazer bebidas especiais e muito mais, tudo para sobreviver no apocalipse zumbi de Willamette.
Os controles modernos simplificaram bastante o jogo comparado com o original, como por exemplo, a esquiva agora é um botão, no jogo antigo deveria mover o analógico duas vezes rapidamente para um lado e ainda era bastante demorado. O HUD teve um grande avanço também, com um visual mais claro, uma bússola no topo que mostra os eventos principais, secundários e marcações com as distâncias. Isso deixa o jogo muito mais dinâmico e intuitivo comparado com a seta gigante que só funcionava para apenas uma marcação.
A história permanece fiel ao jogo original, recriando todas as cenas de maneira praticamente idêntica, mas com visuais atualizados. Embora a narrativa continue relativamente simples e não haja a inclusão de novos capítulos, modos ou finais, o Dead Rising Deluxe Remaster traz uma adição interessante: o lança-foguetes, arma que tinha sido cancelada no jogo original.
Uma das principais críticas do jogo original foi corrigida: a inteligência artificial dos sobreviventes. Agora, eles conseguem seguir Frank, se defender de forma autônoma e respeitar os comandos do jogador com mais eficiência. Além disso, o diálogo textual pode ser avançado, eliminando a frustração de esperar a caixa de diálogo finalizar para realizar ações.
Duas novas mecânicas foram introduzidas para otimizar a experiência: a opção de adiantar o tempo e o salvamento automático. A função de adiantar permite que o jogador avance diretamente para momentos específicos, tornando a jogabilidade mais fluida. O salvamento automático evita ter que repetir os longos percursos após a morte, auxiliando lutas com psicopatas difíceis eliminando a necessidade de voltar ao último save e refazer tudo ou esperar por horários específicos.
Em relação às vestimentas, foi adicionado um armário na sala segura que armazena todas as vestimentas que Frank coleta no shopping, permitindo ao jogador combiná-las como desejar. Também estão disponíveis roupas de DLC que cobrem completamente o corpo, fazendo referências a outros jogos da CAPCOM, como Street Fighter, Resident Evil, Mega Man, entre outros.
O gráfico é uma das principais melhorias do jogo, que foi recriado utilizando a RE Engine, resultando em uma qualidade visual simplesmente impressionante. A ambientação é rica em detalhes e vibrante, com texturas e modelos de zumbis que proporcionam uma excelente experiência visual.
Os humanos apresentam uma variedade de aparências, desde as mais realistas até as mais caricaturais, no entanto, o cabelo apresenta uma tonalidade acinzentada, possivelmente devido às características do motor gráfico. Frank West, em particular, passou por uma transformação notável, parecendo significativamente mais velho em relação à versão original do Dead Rising.
A RE Engine já provou ser excepcional em termos de estabilidade e otimização em outros títulos da CAPCOM, e neste jogo não foi diferente, durante toda a análise, a fluidez da jogabilidade se manteve intacta, sem quedas de frames ou bugs, destacando ainda mais a qualidade gráfica do jogo.
Outra parte que manteve a mesma qualidade foi a trilha sonora, que continua excepcional. As músicas do shopping permanecem presentes, criando uma atmosfera envolvente e nostálgica, e até mesmo as faixas de luta contra os psicopatas, que possuem licença autoral, foram mantidas no jogo.
Um ponto que poderia ter sido melhorado no remaster são as lutas contra alguns psicopatas. Em certos casos, as batalhas parecem travadas e as animações e hitboxes dos golpes ainda apresentam as mesmas inconsistências do Dead Rising original. Embora a intenção tenha sido manter as lutas idênticas à versão original, esse aspecto poderia ter sido reformulado e ajustado para uma experiência mais fluida no remaster. Além disso, a remoção da categoria de fotos eróticas, que não teve muitas explicações, provavelmente foi uma decisão tomada para evitar controvérsias atuais, mas não houve uma nova categoria para substituí-la. O que afeta um pouco a gameplay por reduzir a quantidade de experiência gerada por algumas fotos.
PROS:
- Gráficos impressionantes graças à RE Engine, com ótima fluidez e sem quedas de frames ;
- Jogabilidade modernizada com melhorias nos controles, como esquivas simplificadas;
- HUD atualizado, com bússola e marcações mais claras;
- Inteligência artificial dos sobreviventes aprimorada, facilitando o resgate e a interação;
- Opções de salvamento automático e de adiantar o tempo;
- Conteúdo extra, incluindo roupas, armas e referências a outros jogos da CAPCOM;
- Totalmente localizado em português brasileiro, com dublagem e legendas de qualidade.
CONS:
- Algumas batalhas podem parecer travadas, com animações e hitboxes mantidas do jogo original;
- A exclusão de categoria de foto sem a adição de uma nova
PLATAFORMAS:
- PlayStation 5 (Plataforma analisada, chave gentilmente cedidas pela CAPCOM);
- PC;
- Xbox Series S e X.
NOTAS:
Jogabilidade: | Qualidade dos controles | 9 |
Design (Dificuldade, Level, Criatividade) | 8 | |
História: | Enredo | 7 |
Narrativa | 8 | |
Arte: | Gráficos | 9 |
Direção artística | 8 | |
Audio: | Efeitos Sonoros | 9 |
Trilha Sonora | 8 | |
Port | Estabilidade | 10 |
Otimização | 10 | |
NOTA FINAL: | 8.6 |
A CAPCOM comprovou que sabe fazer excelentes remasters e remakes. Dead Rising Deluxe Remaster consegue agradar tanto os fãs antigos quanto os novos jogadores, oferecendo uma experiência que equilibra a nostalgia com melhorias modernas. A RE Engine traz gráficos impressionantes e uma jogabilidade fluida, enquanto os ajustes nos controles, inteligência artificial e interface deixam o jogo mais acessível e dinâmico. Recursos como o salvamento automático, pular dialogos de rádio e a opção de adiantar o tempo tornam a experiência ainda mais prática, sem perder a essência do original. Seja para reviver as aventuras de Frank West ou para mergulhar pela primeira vez no caos zumbi de Willamette, Dead Rising Deluxe Remaster é uma escolha que vale a pena.