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Melhores dos 10s (2019) – Super Mario Odyssey

Essencialmente, vemos em toda geração nova de um console Nintendo um novo Super Mario que sirva como parâmetro da grandeza da geração em que o console Nintendo se encontra. Fato curioso é que os 2 consoles de menor sucesso comercial da história recente da Nintendo (Wii U e GameCube) possuíam títulos do encanador menos aceitos pelo público, como é o caso de Super Mario Sunshine no GameCube e Super Mario 3D World no Wii U. E bem, nos consoles mais bem-sucedidos comercialmente temos grandes pérolas da franquia, seja o Wii com Super Mario Galaxy, DS com New Super Mario Bros. ou até mesmo o NES com Super Mario Bros. 3.

E bem, na franquia principal, a cara do encanador no novo híbrido da Big N é Super Mario Odyssey. Mas o que esse jogo simboliza para a franquia, para a indústria, para o Switch, para a década, ou até mesmo para a própria Nintendo? É isso que eu te conto hoje.

Bem, te contar a história de Mario é como qualquer metáfora de encher linguiça que eu não consegui elaborar no momento. É inútil em grande parte do tempo, então não se decepcione quando eu te digo que ela permanece inútil, mas talvez melhor contada. Desta vez, a história conta que Bowser tem planos mais ambiciosos com Peach, parte do sequestro para o casamento, o que já sabemos desde o começo do jogo. Com isso em mente, o game te joga em um mundo baseado em chapéus.

Você interage com o cenário e ao decorrer do que explora, conhece Cappy, que está na mesma linha de subjetividade do Yoshi entre ser um power-up e um personagem. Cappy te acompanhará por toda sua jornada em busca da Princesa Peach, mas também te proporcionará a mecânica principal do game, a de jogar a boina em elementos, pessoas ou objetos e ir interagindo com tudo ao decorrer do game. Confesso que como mecânica, é diferente e surpreendentemente inovador, coisa que é relativamente difícil de ocorrer em uma franquia na então idade de 32 anos.

E essa gameplay que te instruí à exploração inspira o conceito de mundo aberto visto em The Legend of Zelda: Breath of the Wild anteriormente e joga esse conceito em um clima de mundo aberto, por mais fechado que os mundos em que exploramos sejam. Embarcamos em uma jornada que transita entre mundos e te apresenta novos personagens, novas missões, novos minigames, novas estórias.

A mecânica de progressão do jogo é baseada em luas, com um número consideravelmente maior que 500, com elas funcionando de forma um pouco distinta das clássicas estrelas do encanador, presentes desde o Nintendo 64 com Super Mario 64. Aqui também temos um sistema de vidas baseado em corações, assim como Super Mario 64 rejeitando completamente os power-ups, com no máximos skins bastante criativas por parte da Nintendo. A gameplay é bem justa, podendo ser bem fácil em alguns momentos e desafiadora em outros. Mas fato é: a forma que o game te joga para explorar um mundo tão vivo, tão esbelto, tão mágico, é parte da essência dos games da Nintendo, consequentemente remetido à uma reinvenção do que Super Mario 64 fez em 1996. E, assim como Breath of the Wild em quesito de gameplay, Super Mario Odyssey é a indústria reinventando Mario, parte de quem a inventou em algum aspecto algum dia.

Super Mario Odyssey passa por alguns mundos temáticos, variando entre simulações de Nova Iorque ou os desertos do México. E tudo é tão vivo, que até com os inimigos você pode interagir com o Cappy. E após 33 anos, a Nintendo finalmente fez as moedas em Super Mario valerem como no mundo real, onde você consegue comprar algumas vestimentas. Além das moedas convencionais, você possui aquelas regionais, onde você só encontra e usa no mundo que está presente. Voltando às transformações, o melhor de tudo delas é que, diferente de Super Mario Maker, a transformação não é uma mera skin. Você literalmente vira o personagem, com todas as limitações físicas que ele possuí. Isso mostra ainda mais dedicação e atenção dos desenvolvedores em dar vida a tudo que esse jogo conseguir. Em gráficos, é o mínimo do esperado. 60 FPS cravados, muito bem optimizados por sinal.

Em jogabilidade, talvez o game tenha seu maior ponto fraco, visto que a jogabilidade em giroscópio é quase que obrigatória integralmente na experiência do game. Muito bom aos adeptos de inovações, péssimo aos conservadores acostumados com a posição de dinossauro na jogatina. Eu diria que ela inova bastante, mas erra em não dar uma opção aos menos entusiastas. Em trilha sonora, angelical como todo Mario. Não uma orquestra perfeita como Galaxy, mas bom o suficiente para te lembrar que é um game Nintendo. Já as batalhas de chefes são…decepcionantes, eu diria? Com raríssimas exceções onde não incluo o chefe final aqui, a grande maioria é absurdamente fácil de se dominar a mecânica.

Mas em resumo, Super Mario Odyssey é uma experiência Nintendo com N maiúsculo. E daqueles jogos que você inicia, esquece tudo ao seu redor e remete àquele Super Mario World do seu primeiro console, ou à aquele Super Mario Bros., sendo o 1 ou o 3, até porque o 2 americano foi uma grande alucinação coletiva. Um clássico indiscutível da geração, da franquia, da década, do Switch, mas principalmente da Nintendo, já que ele junto com Breath of the Wild simboliza a retomada da Big N no mercado, se tornando já a segunda maior empresa da geração em mercado e em ritmo para ter um novo Wii com o Switch. Além de único, Super Mario Odyssey é mais um acerto Nintendo essencial entre uma maratona dos melhores da última e recente década.

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