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Monster Hunter Rise e a caçada nipônica

Esta análise foi feita em parceria com nossos amigos do Joy-Con a Dois! Obrigado Anne e Voss que se juntaram à caçada!

Desde que foi anunciado, o Nintendo Switch recebeu uma carga de espera pelo seu próprio Monster Hunter, o que é de se esperar devido ao legado da Nintendo com a série. O jogo recebeu um port do último de 3DS, o XX, também conhecido no ocidente como Generations Ultimate, mas o jogo era bem limitado tanto em questões de gameplay que foi completamente adaptada aos controles do Switch, quanto graficamente. O jogo saiu depois do World nos outros consoles e quem jogou o World e foi pro XX depois não conseguiu se adaptar bem. Avança algum tempo de seu lançamento e a Capcom anuncia Monster Hunter Rise, um Monster Hunter exclusivo do Nintendo Switch, na Re Engine (de Monster Hunter World), completamente baseado no folclore japonês. 

Monster Hunter Rise não foge de nenhum padrão estabelecido da série até hoje, o que o torna um jogo difícil de analisar, porém suas melhorias são diversas. Primeiro pode-se analisar o que o jogo tem como campanha. 

A campanha de Rise consiste em uma história simples: a vila de Kamura, 50 anos atrás, foi atacada por uma invasão de monstros, liderada por um monstro horrendo, gigantesco e verdadeiramente mal, chamado de Magnamalo. Essa invasão está ameaçando voltar com aparições de Magnamalo e sua carnificina ao redor da vila. Com isso, é dado ao jogador a missão de caçar diversos monstros, jogar no novo modo de tower defense para defender a vila e por fim, lutar contra Magnamalo, o que desbloqueará o High Rank e o pós game.

A campanha em si é relativamente curta quando comparada com World. Muitos dos monstros que faziam parte da campanha do World são apenas encontrados no HR em Rise. Com os novos aspectos de jogabilidade e suas melhorias de qualidade de vida é visível o quanto, pelo menos o rank baixo, se tornou mais fácil e acessível aos jogadores, principalmente aos que têm familiaridade com a jogabilidade (completamos a campanha principal com 15 horas de jogo, exatamente). Por um lado isso facilita muito a vida do jogador casual, que não terá que investir dezenas de horas fazendo múltiplas armaduras e armas, por outro perde um pouco o propósito da gama tão vasta de itens craftáveis que nos jogos anteriores eram ponto definitivo na hora da derrota ou vitória (claro, falando apenas do rank baixo).

Apesar da baixa quantidade de conteúdo que o game possui atualmente, ele prioriza trazer batalhas realmente únicas contra os novos monstros. Magnamalo foi o “garoto propaganda” do Rise não à toa, com um set de armadura, movimentos e golpes bem únicos, além de um design de criatura arrojado que o tornam super marcante em todas as suas aparições. Monstros como Goss Harag, com a habilidade de congelar os braços transformando-os em lâminas, e Somnacanth, com seu movimento serpentinoso pela água e golpes que alternam entre flashes de luz e explosões, dão a Rise, além da sua temática japonesa, uma identidade forte.

O que poderia ser melhor do que lutar contra tantas criaturas épicas? Seria controlá-las! Em Rise, a possibilidade de montar nelas é possível caso cumpra o requisito de atordoá-las, podendo ter a chance de controlar o monstro por um período de tempo limitado para derrubar outro monstro próximo ou simplesmente jogá-lo contra a parede, causando um dano massivo em seu alvo de caçada. Isso faz com que o dito monstro derrube pedaços de si, os chamados “drops” ou “materials”, que são úteis para o jogador recolher e usar ao construir armas e armaduras que usará em batalha. Além disso, caboinseto e palamute, com destaque, como ambos deixaram o jogo mais dinâmico e veloz em comparação aos antigos, são adições que precisam ser comentadas porque são o diferencial do jogo. O caboinseto permite diversas manobras tridimensionais ao redor dos titãs (sim isso foi uma referência), sendo literalmente um cabo ligado a um inseto controlado pelo jogador, assim como palamute, um segundo companheiro além do costumeiro palico, que além de acompanhar e ajudar o jogador, é um veículo bem rápido para transitar pelo mapa, além de ajudar no combate.

O jogo também possui uma série de missões de hub para fazer no multiplayer que é idêntico aos jogos anteriores. Você pode se juntar a até três amigos para caçar um monstro, tendo o nível de dificuldade ajustado para a quantidade de jogadores e os itens que teria para curar e número de tentativas antes de falhar a missão é distribuída entre os jogadores. O multiplayer agora também dá acesso ao modo rampage, o que é um bom acréscimo, fazendo com que os jogadores tenham que pensar em conjunto com os demais aliados, já que todo o armamento deste modo é compartilhado entre os jogadores, dando mais uma camada de planejamento. Além de unidades manuais e automáticas que você pode implantar em certas instalações, alguns NPCs famosos de Kamura podem ser chamados para realizarem ataques especiais uma única vez.

Review: 'Monster Hunter Rise' Definitely Rises to the Occasion | WIRED

É importantíssimo falar sobre as melhorias técnicas desse jogo comparado ao seu antecessor no console. Monster Hunter Rise agora roda na engine no World e é gritante como o jogo se assemelha visualmente com o colega dos outros consoles. Partidas com quatro caçadores e seus parceiros lutando contra criaturas gigantescas nos mais diversos cenários serão de maravilhar qualquer jogador, independente de qual modo (na dock ou portátil) do Nintendo Switch ele tenha escolhido jogar. O jogo não possui nenhum engasgo, não há limitações no mapa quanto anteriormente e possui excelente design de som. E sobre som, a trilha sonora de Monster Hunter Rise é fantástica por Satoshi Hori, enriquecendo todo o visual magnífico de Japão feudal e seu folclore, lembrando em abundância trabalhos como a trilha sonora de NieR: Automata.

Sobre os monstros de Monster Hunter Rise, é importante dizer que houve um bom balanço entre novos e antigos. Os novos são todos baseados no folclore japonês, com um “filminho” temático apresentado antes da caçada de cada um. Há uma boa variedade de monstros aqui e de longe é mais agradável que os outros dois títulos citados, além de futuros updates que irão trazer antigos monstros ao Rise, recheando mais ainda o catálogo de criaturas.

PROS:

  • Jogabilidade mais refrescante da franquia;
  • Multiplayer melhor que nunca;
  • Novo modo de jogo;
  • Novas mecânicas de jogo que proporciona melhor movimentação;
  • Mundo interessante e novo;
  • Temática perfeita;
  • Rejogabilidade imensa;
  • Pós-game colossal;
  • Acessibilidade brasileira (preço e tradução);
  • Atualizações gratuitas.

CONS:

  • Baixa necessidade de renovação de equipamentos (pelo menos durante a campanha).

PLATAFORMAS:

  • Nintendo Switch (plataforma analisada, chave concedida pela Capcom)

NOTA: 8.5/10

Monster Hunter Rise deixa notável como a Capcom enxerga a série atualmente, uma mistura de tradição e evolução mas com a atenção de atingir um novo público que provavelmente nunca deu a real chance à série. Ela busca elevar a notoriedade da série e o Nintendo Switch foi o console ideal para tal feito por sua portabilidade e recursos, podendo até agradar fãs mais antigos da época do PSP. Mas, ao mesmo tempo, enxerga como pode atender a todos os públicos levando o título futuramente para os jogadores do PC, por exemplo, agora atendendo até o público brasileiro, com acessibilidade em português e um preço bem camarada comparado aos demais AAA para o Switch!

Engenheiro de Software, Game Dev e Criador de Conteúdo.

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