Análises,  Destaque,  Games,  Nintendo

Mario Party Superstars – Nós somos as super estrelas!

Hora da Festa

Nascida no Nintendo 64 em 1998, no auge da vida do console, Mario Party foi uma iniciativa bem curiosa da Nintendo mas que combinou perfeitamente com os personagens. Colocá-los em um jogo de tabuleiro virtual, em um console com quatro entradas para controle parecia ser uma ideia tão óbvia que é até estranho que não tenha surgido antes.

A série obteve tanto sucesso que, em 2021, chegamos a incríveis 18 jogos, sendo o último deles, Mario Pary Superstars, o objeto desta análise.

Voltando às origens

O jogo anterior, Super Mario Party, trouxe o game de tabuleiro para o Nintendo Switch. Com diversos gimmicks de controle de movimento, aquela iteração fez algo similar ao que havia sido feito em Mario Party 9, para o Wii: muitos minigames que se focavam mais em usar as funções do controle e que às vezes não eram tão divertidos assim.

Com a chegada do Switch Lite, a Nintendo percebeu que não fazia sentido lançar mais um jogo que se utilizava das funções do joy-con. Sendo assim, Mario Party Superstars foi projetado de forma que todos os minigames utilizem somente os analógicos e os botões. E qual a melhor forma de arranjar minigames que funcionem assim? Trazendo-os de jogos antigos da série.

Nostalgia no tabuleiro

Assim como em Mario Party: The Top 100 (2017, Nintendo 3DS), foram escolhidos 100 minigames, de Mario Party 1 até Mario Party 10.

Outra mudança foram os tabuleiros: ao invés dos mapas apertados de Super Mario Party, temos 5 tabuleiros clássicos dos dois primeiros games lançados para o Nintendo 64. Isso foi uma boa decisão, pois a simplicidade que eles oferecem são ideais para que as partidas sejam ágeis e fáceis de se entender, principalmente para os jogadores mais novos.

Ainda apelando para a nostalgia, todos esses tabuleiros funcionam exatamente da mesma forma, contando com versões remixes de suas respectivas músicas.

Minigames e diversão

A seleção dos jogos está muito boa. A NDCube — que desenvolve os games da série desde que seus funcionários trabalhavam na Hudson — fez um ótimo mix, pegando minigames bem diversos, onde poucos dependem mais de sorte do que habilidade.

Houveram também algumas escolhas peculiares, como a volta de alguns minigames do primeiro jogo, onde se girava o analógico para vencer. Isso causou diversas polêmicas na época, como crianças com a palma da mão machucada e até controles de N64 indo para a assistência técnica devido ao mau uso do analógico.

Esses jogos ainda funcionam da mesma forma, porém um aviso aparece na tela antes de cada partida, pedindo para que os jogadores não usem a palma da mão para girar o joystick.

Qualidade de vida

Ao longo da série, muitas melhorias foram sendo trazidas ao jogo, principalmente para agilizar o gameplay para agradar uma geração que está sempre com o celular na mão, mesmo enquanto joga em consoles.

Assim, temos diversas funções que deixam o jogo ágil, mesmo em relação ao game anterior para Switch, como:

  • Possibilidade de acelerar o texto;
  • Possibilidade de acelerar a velocidade dos jogadores da CPU;
  • Acesso rápido em todos os menus, incluindo atalhos para outros modos de jogo;
  • Possibilidade de adicionar mais rodadas a uma partida durante a mesma;
  • Rolagem de dados e eventos mais rápidos de modo geral;
  • Informação de quanto tempo em média demora uma partida com a quantidade de rodadas escolhida (já presente em jogos anteriores).

Dublagem e tradução em português

Não dá pra falar de Mario Party Superstars sem falar do seu grande destaque para nós brasileiros: a tradução oficial para português do Brasil.

É bom deixar logo claro: a tradução está ótima, contando com minigames com nomes cheios de trocadilhos, como “Discotontos”, “Pulabareda”, “Upa, pocotó”, entre outros.

As falas dos personagens também estão bem “soltas”. Temos gírias bem encaixadas que somadas a um texto bem escrito, fazem com que os NPCs não sejam só paredes de texto que separam o jogador do seu objetivo.

O personagens secundários ganharam nomes em português, como Tumbo (Thwomp) e Bu (Boo). Alguns desses já haviam aparecido em Mario Kart Tour (Android/iOS), porém este game é o primeiro firsty-party da Nintendo em consoles que está traduzido para a nossa língua.

Além disso, a anunciante que fala no início e no fim dos mini games também ganhou voz em português, porém suas falas são limitas a “Vai!”, “Fim!”, “Novo recorde” e “Você é a Superestrela!“.

A empolgação deixa a desejar, mas não dá pra não ficar feliz ao ver um jogo da Nintendo no NOSSO português. Inclusive, a própria conta no Twitter da Nintendo de Portugal divulgou o jogo dando destaque à nossa versão, o que causou uma certa ojeriza de alguns portugueses.

PROS:

  • Tradução em português brasileiro;
  • Gameplay ágil e divertido;
  • Apelo à nostalgia.

CONS:

  • Apenas 5 tabuleiros.

PLATAFORMA:

  • Nintendo Switch

NOTA: 9/10

Mario Party Superstars finalmente conseguiu trazer de volta o ritmo e a diversão que um jogo de tabuleiro digital precisa para ser atraente por 30 minutos a 1 hora. Com os melhores minigames da série, gráficos bonitos e uma ótima tradução para português brasileiro, esse game é perfeito para uma diversão casual com uma visita, com crianças ou até mesmo no seu modo online.

Engenheiro Eletricista e banido permanentemente do Twitter. Autor no CyberCafe e Arquivos do Woo. Também estou na Twitch (twitch.tv/HoroJoga).

Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *