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Solforge Fusion – TCG, OCG, e deckbuilding reduzido

Solforge foi o primeiro jogo de cartas digital produzido por Richard Garfield, criador do Magic: The Gathering. Depois de Artifact mal ter vido a luz do dia, Garfield e Justin Gary – criador de Ascencion Debkcuilding Game – voltaram ao projeto Solforge para trazer uma nova versão do jogo de cartas.

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O primeiro grande diferencial é que o jogo dessa vez é “híbrido” entre digital e físico. O jogo foi criado primeiro como um card game de mesa, e agora está sendo desenvolvido o jogo virtual que acompanha ele. As cartas reais podem ser escaneadas e então usadas no jogo.

Ainda não está claro o plano dos desenvolvedores para a monetização do jogo virtual. A princípio é um jogo que existe primariamente de forma física e o videogame serve apenas de extra. Contatamos a empresa para esclarecer essa informação, mas – até o momento de escrita – não obtivemos resposta.

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Obter cartas é um aspecto importante do jogo porque cartas não são “iguais” entre todos os decks. Como uma forma de inviabilizar netdecking – o ato de “copiar” o deck que é considerado o melhor – todas as cartas são geradas de forma diferente, e um deck é composto de dois decks de iniciante “fundidos”, por isso o nome de Solforge Fusion.

No que se trata de complexidade dentro do jogo, é inegável que Solforge Fusion é um dos jogos de cartas mais estratégicos que existe no mercado. O sistema de batalha é complexo demais para uma sinopse rápida, mas é fácil de compreender apenas jogando algumas partidas.

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O maior problema desse sistema feito para resistir netdecking é que o próprio ato de criar o seu próprio deck é extremamente simples e oferece pouca estratégia do jogador. Você possui um deck de cada uma das 4 facções e só é possível criar 6 decks diferentes.

Para multiplayer isso é o suficiente, conforme dito, dentro de uma partida existem várias decisões diferentes que os jogadores podem tomar e se adaptar conforme o que acontece. Infelizmente o modo campanha não desfruta da mesma vantagem.

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Fazendo uso de um modelo “roguelike”, o jogador usa um dos decks criados em uma sequência de batalhas enquanto seleciona melhorias entre cada batalha. Uma forma bem mais simplifica de Inscryption, por exemplo.

A cada “run” completada, uma marca é adicionada e uma penalidade adicionada. As penalidades se resumem a aumentar a vida dos oponentes, e bloquear cartas no seu deck. O resultado, é que conforme você progride no jogo, as partidas começam a depender cada vez mais em sorte.

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Não ajuda que o modo em si é muito repetitivo e oferece pouco além de uma batalha contra bots de forma um pouco mais elaborada.

Enfim… Solforge Fusion vale a pena?

Como um jogo free-to-play, não custa nada simplesmente baixá-lo e jogar para experimentar o design diferente. Competitivamente é um jogo que até tem valor para fãs de jogos de carta, mas levando em consideração a monetização do jogo ainda incerta, é um jogo que é de um nicho muito específico para se investir.

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PROS:

  • Mecanicamente interessante;
  • Um modelo resistente contra netdecking.

CONS:

  • Pouca variedade no modo campanha;
  • Músicas repetitivas;
  • Apesar de invalidar netdecking, a construção de decks é tediosa.

PLATAFORMAS:

  • PC – GOG, MS Store (Gamepass), Steam (Plataforma analisada, chave gentilmente cedida por);
  • Nintendo Switch;
  • PlayStation 4/5;
  • Xbox One /Series.

NOTAS:

Jogabilidade:Qualidade dos controles8

Design (Dificuldade, Level, Criatividade)8
História:Enredo5

Narrativa5
Arte:Gráficos7

Direção artística7
Audio:Efeitos Sonoros5

Trilha Sonora5
PortEstabilidade9

Otimização9
NOTA FINAL:
6.8

É honestamente uma pena que é tão difícil encontrar jogos de carta single-player hoje em dia que não tentem copiar Slay the Spire mas ainda ofereçam um conteúdo de qualidade…