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Antonblast: Aventura Explosiva com o Charme dos Anos 90

Para os fãs de jogos de plataforma 2D, a pérola da vez é certamente Antonblast. Imagine pegar o melhor da pixel art e misturar com o charme de desenhos animados antigos: o resultado é um jogo que transborda estilo e nostalgia. Com um humor que remete àquelas tardes clássicas ou às manhãs de sábado assistindo desenhos animados na TV (quem aí lembra?), e uma jogabilidade ágil e intensa, este título promete te deixar na ponta do sofá — ou cadeira gamer, vai saber.

A trama que envolve Antonblast é simples e hilária, feita sob medida e encaixa perfeitamente com a proposta do jogo. Você assume o papel de Dynamite Anton, um personagem carismático e explosivo, bem esquentadinho e… vermelho (ou se preferir, pode jogar como Annie, sua colega de trampo igualmente explosiva). A tragédia? Seus preciosos destilados (um esperto trocadilho trocadilho com spirits, uma das traduções de destilado em inglês) foram roubados por ninguém menos que Satã. A trama toda ocorre pois Satã, em uma crise de autoestima pergunta a seu espelho mágico, que se há alguém no mundo mais vermelho que ele, e a resposta é justamente o nosso querido Dynamite Anton.

Sem conseguir lidar com o fato que ele perdeu o primeiro lugar para nosso querido protagonista, ele manda suas toupeiras servas roubarem o que há de mais precioso do Anton para atrair ele até onde Satã está, fazendo-o cair em sua armadilha e poder finalmente ser o mais vermelho do mundo.

Antonblast - 1

Jogatina viciante e desafiadora

Cada fase oferece um loop claro de jogabilidade e traz consigo três missões principais: recuperar os destilados perdidos perdidos pela fase, enquanto busca onde está o detonador. Ao ativar o detonador da fase (sim, você vai explodir tudo) será necessário sair correndo para o começo da fase novamente, e é bom sair correndo feito louco de volta ao ponto inicial antes que o Happy Hour acabe! Se acabar, você perde.

Além disso, é bem difícil cumprir todos os desafios das fases de primeira, então será necessário ir em algumas mais de uma vez para conseguir desvendar seus segredos e conseguir os destilados. Essa estrutura mantém um engajamento ímpar em jogos de plataforma, permitindo que a mesma fase traga camadas e mais camadas de desafios.

O loop da jogatina, fases cheias de segredos e desafios e até o tempo para voltar ao começo da fase me lembra diretamente Wario Land 4, que joguei horas no meu querido Gameboy Advanced. Particularmente, até certas mecânicas, como o Anton virar uma bola se você segurar para baixo em uma rampa, e a forma com que ele faz isso, me remetem bastante a esse jogo e isso tornou a experiência ainda mais nostálgica e divertida. 

Para lidar com os inimigos (em sua maioria toupeiras), você conta com seu fiel companheiro, o Martelo F*da Demais, uma ferramenta destruidora que torna cada pancada ainda mais satisfatória. O feeling de cada ataque é muito bem reproduzido no design de áudio do jogo.

A jogabilidade é simples de aprender, mas cheia de camadas. Ao pular e atacar você dá um golpe no chão que permite ir mais alto, e ao atacar enquanto parado ou andando, se acertar o timing do próximo ataque você irá correr mais rápido que o normal. Mesmo com poucos botões, o jogo apresenta desafios criativos e novos elementos em cada fase. Prepare-se para saltar entre o fundo e o primeiro plano, explorar lixões e vasculhar cada canto em busca de segredos. É uma corrida contra o tempo, mas sempre divertida, não cheguei a me frustrar com esse fator em nenhum momento do jogo, e pessoalmente não costumo gostar de tanto assim dessa mecânica.

Um dos pontos altos de Antonblast são as batalhas contra chefões. Esses encontros são verdadeiros quebra-cabeças, exigindo que o jogador observe padrões, entenda as mecânicas de cada chefe e descubra a melhor estratégia para derrotá-los. Essas batalhas são separadas das fases principais, o que permite que os desenvolvedores se concentrem em criar momentos únicos e memoráveis. Derrotar cada chefe traz uma sensação de conquista única, que pareada com a trilha sonora do jogo, fica ainda mais marcante.

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Humor e arte numa dose perfeita

Antonblast é uma pseudo-sequência de um jogo anterior da mesma produtora chamado Antonball Deluxe, e o design de arte traz consigo um gráfico típico do Sega Mega Drive (conhecido nos Estados Unidos como Sega Genesis). O resultado disso é que visualmente, Antonblast é um espetáculo. 

A pixel art é vibrante, detalhada e cheia de personalidade. Além disso, as animações foram feitas à mão e são um espetáculo à parte, dando vida a personagens que parecem saídos direto de um episódio perdido de desenhos dos anos 90. E falando nisso, o humor e as referências são uma festa para os nostálgicos — desde o vilão Satã obcecado por ser o “mais vermelho” (quem aí lembrou do Red Guy, conhecido no Brasil como Bum Defora, de A Vaca e o Frango?) até o ritmo frenético que lembra os clássicos da nossa infância.

Antonblast está disponível para PC em plataformas como Steam, GOG e itch.io, no Switch. No teste realizado, o jogo reconheceu automaticamente o DualSense, o que é um ponto positivo para quem prefere jogar com controles modernos. Creio que essa compatilidade é basicamente necessária em um jogo de plataforma, especialmente em um tão frenético.

PROS:

  • Controles simples, e na Steam pegou instantâneamente meu Dualsense;
  • Design e direção artística impecável;
  • Humor excelente, cheio de trocadilhos e piadas;
  • Trilha sonora boa e design de áudio impecável;
  • Difícil sem ser frustrante.

CONS:

  • Hub principal poderia ser mais claro;
  • Falta de localização faz com que quem não entenda bem inglês perca as piadas;

PLATAFORMAS:

  • PC – Steam (Plataforma analisada), GOG, itch.io;
  • Switch;
  • Xbox Series.

NOTAS:

Jogabilidade:Qualidade dos controles10
Design10
História:Enredo6
Narrativa9
Arte:Gráficos9
Direção artística10
Audio:Efeitos Sonoros10
Trilha Sonora10
PortEstabilidade10
Otimização8
NOTA FINAL:9.1