Entrevista com Phil Spencer reafirma o modelo da plataforma
Nós não estamos no negócio de vender mais consoles que a Sony ou a Nintendo. (…)Não existe um universo em que um Starfield que seja 11 de 10 faça com que pessoas vendam o seu PS5 e migrem para um Xbox.
Phil Spencer, CEO da divisão de jogos da Microsoft
O podcast focado em Xbox da Kinda Funny – Xcast – recentemente teve uma conversa com Phil Spencer sobre o lançamento de Redfall e outros tropeços que a plataforma teve recentemente. Depois de uma breve conversa sobre o bloqueio da acquisição da Activision pela CMA, os apresentadores do show partem para perguntas difíceis sobre o gerenciamento da plataforma.
Dentre elas, o lançamento recente de Redfall foi um tanto quanto decepcionante para um título tão presente em vários eventos de Xbox até o momento. Phil fala sobre o marketing de 60 FPS e diz ser o responsável por não integrar o time da Arkane com os recursos da Microsoft na otimização do jogo. Ele também ressalta que projetos como Sea of Thieves, Grounded, HiFi Rush e até mesmo Redfall eram idéias que os respectivos times queriam fazer, e se recusou a “ditar” o que qualquer estúdio tenha que produzir.
Ainda sobre Redfall, diz que mais adiamentos não iriam resolver certos problemas do jogo como a visão criativa dos desenvolvedores simplesmente não ressoando com boa parte dos jogadores. De fato, não existe tempo de desenvolvimento que iria resolver as várias decisões de design completamente incompreensíveis da Redfall.
Mais interessante do que a discussão sobre as falhas de Redfall e quem é responsável por elas, foi quando Phil abertamente desafia a noção de que a Microsoft só precisaria constantemente lançar jogos bons para “ganhar” a geração em uma resposta bem franca.
“Nós não estamos na corrida de vender mais consoles que a Sony ou a Nintendo. Nós perdemos a pior geração que era a do Xbox One, quando as pessoas estavam construindo a biblioteca digital de jogos. Não estamos mais em um mercado que cada geração começa do zero, a maior parte das pessoas que entra em uma loja de jogos já tem um ecossistema favorito e provavelmente não vai trocar. Não existe um universo em que um Starfield que seja um 11/10 faça pessoas venderem o PS5 e migrar para Xbox.”
Algo que já era dito por muitos membros da indústria de jogos é que a estratégia da Microsoft não era mais centrada em consoles, mas somente agora tivemos uma confirmação do plano que é criar um novo sistema onde jogos possam ser jogados em vários aparelhos diferentes. Serviços como o Gamepass e Xcloud são a forma de competir no mercado, e essa é a principal oferta da plataforma ao invés de exclusivos de peso.
E provavelmente, em um dos momentos mais auto-reflexivos que um CEO na indústria de jogos já teve, Phil fala sobre algo que realmente deveria ser uma mentalidade mais comum entre consumidores, independente da plataforma.
(…)mas até você ter o controle em mãos e se divertir com os nossos jogos que estão por vir, nada que eu falar devem importar.