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Untitled Goose Game — O mais poderoso jogo de furtividade da geração

Há um bom tempo atrás em uma Nintendo Direct foi anunciado um jogo tão carismático quanto curioso – o que parecia um SIMULADOR DE GANSO. Nele nosso pomposo protagonista causava o caos em meio a uma pequena cidade. Desde então, o jogo formou um fiel grupo de seguidores esperando por seu lançamento.

Seus desenvolvedores, House House, são um pequeno grupo de Australianos e demoraram bastante para nos trazer este título, cuja chave foi concedida para análise.

Untitled Goose Game consegue ser um bom pacote completo. O jogo possui um mundo aberto semi-linear, onde, ao progredir, libera novos caminhos e atalhos.

Em cada área (que são poucas, mas variadas), você possui uma lista de atividades a fazer, quase como um “guia de platina”. Estas atividades envolvem montar cenas, utilizar objetos para atrapalhar os humanos, causar pequenos acidentes ou simplesmente abrir o caminho.

A jogabilidade é simples. Além de andar, você pode abaixar, abanar as asas, “buzinar” (o que até treme o controle), pegar objetos e ampliar a câmera. Os desenvolvedores trabalharam muito bem essas ações: ao segurar algum objeto e buzinar, você pode produzir outros sons, o que pode assustar algumas pessoas, o que, se temporizado corretamente, pode causar os acidentes previamente citados.

Esse “timing” pode ser usado de diversas formas, algo que você usará muito no jogo. Humanos são mais velozes que você. Alguns tem medo, outros vão correr atrás de você para te expulsar de ambientes ou pegar de volta o que você roubou. Com isto, você terá de usar do ambiente ao seu favor para se esconder ou contornar o caminho para quebrar a velocidade desses inimigos.

A ambientação do jogo também é rica. Cada área tem uma infinidade de atividades e objetos para se interagir, seja para alcançar metas ou simplesmente tocar o terror. O carinho dos devs para construir esta cidade é notório ao perceber que até os habitantes são extremamente únicos e cada um apresenta um desafio diferente, além das interações que você pode provocar entre eles.

Além disso, a trilha sonora, composta apenas por um piano extremamente caótico é extremamente sintonizada com a gameplay. A sua simplicidade também está nos gráficos e design do jogo. O jogo conta com cores simples e design minimalista, mas extremamente agradável e compatível com a proposta do jogo.

Como nem tudo são rosas, o único contrapeso da extrema qualidade desse jogo é sua duração. Nós conseguimos o completar em torno de 2 ou 3 horas, sem fazer 100% (o que está nos planos).

Considerando o tamanho da equipe e o fato de ser um de seus primeiros projetos é razoável, mas o tempo de espera desde seu anúncio deixou alguns fãs esperando por um pouco mais. Contudo, o fator rejogabilidade deste jogo é considerável, além do fato de que mais missões são desbloqueadas depois que os créditos sobem.

Pros:

  • Stealth perfeitamente construída;
  • Mundo aberto rico;
  • Sandbox criativa;
  • Personagens únicos;
  • Missões variadas e viciantes.

Cons:

  • Curto.

Nota: 8/10

Plataformas:

  • Nintendo Switch (plataforma analisada, chave concedida por Panic Inc.)
  • PC

Untitled Goose Game foi uma experiência deliciosa e um stealth game a ser lembrado e levado como exemplo de bom game-design. Aguardamos por mais conteúdo para esse jogo e honestamente, DLCs gratuitas ou não seriam apreciadas.

Engenheiro de Software, Game Dev e Criador de Conteúdo.

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