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California v Activision: Mudança na liderança da Blizzard

Após a polêmica gerada pelo processo do estado da Califórnia contra Activision/Blizzard, a empresa se encontra sob escrutínio do público e de seus trabalhadores. O processo, apesar de ser primariamente sobre oportunidades de emprego e diferença salarial entre homens e mulheres, nomeou vários casos de assédio e abuso em ambiente de trabalho que chamou a atenção de todos. A Activision lançou uma nota se defendendo das acusações dizendo que estava sendo feita de bode expiatório, porém vários outros e-mails internos vazados contradiziam essa mensagem. Essa sequência de eventos causou uma queda brusca nas ações da empresa.

Hoje, no dia em que a Activision tem que reportar seus relatórios financeiros e projeções para investidores, foi anúnciado que o presidente da Blizzard, J. Allen Brack, estará saindo da empresa e a liderança será tomada conjuntamente por Jen Oneal (chefe da antiga Vicarious Visions, reponsável pelos remakes de Crash Bandicoot e Tony Hawk e que foi absorvida para Blizzard no começo do ano para ajudar o desenvolvimento de Diablo 2) e Mike Ybarra (ex-Executivo Sênior da divisão Xbox da Microsoft, contratado recentemente pela Blizzard para supervisão nas plataformas de serviço).

Isso veio após a carta aberta do CEO Bobby Kotick cujo tom é completamente diferente da resposta inicial e faz algumas promessas para retificar os problemas como ser auditada por uma companhia de advocacia. Promessas que parecem vagas e ainda não serviram para recuperar a confiança de seus funcionários e do público, que logo descobriram que a firma responsável pela avaliação das normas da Activision já haviam sendo contratados préviamente por eles o que pode gerar um conflito de interesse.

Essa nova mudança sinaliza uma hesitação na vontade de combater o estado, como previsto por Richard Hoeg, a empresa provavelmente buscará um acordo com a DFEH para resolver o processo. Os comunicados também estão sendo mais cautelosos e direcionados, com a carta aos investidores tendo o propósito de amenizar a animosidade dos investidores, e a postagem no blog da Blizzard voltada para consumidores e funcionários. J. Allen Brack foi citado diretamente no processo original como alguém que sabia dos problemas internos da companhia e falhou em punir Alex Afrasiabi, que assediava mulheres constantemente na empresa. A substituição dele por duas pessoas sem uma longa história com a Blizzard (Jen era de outro estúdio e Mike de outra empresa) tem como objetivo demonstrar uma mudança total na liderança como forma de recuperar a confiança de todos.

O processo ainda está em aberto, e nada mais foi divulgado sobre.

Além do processo de Califórnia v Activision, a empresa também enfrenta repercussões em outras fachadas. A Overwatch League está sendo investigada pelo Departamento de Justiça por violações de “anti-trust”, em outras palavras, manipulação de mercado. Além do mais estão surgindo informações de que a demissão em massa de 2019 já era sinais da investigação do DFEH onde todas as pessoas que foram nomeadas em casos de assédio, sejam elas perpetradores, vítima, denunciantes ou cúmplices, foram demitidas da empresa numa tentativa de parar as investigações. Algumas dessas pessoas foram recontratadas depois, porém com uma nova cláusula que protegia a empresa de responsabilidades para casos futuros, essa sendo uma das reinvindicações dos funcionários em greve após as péssimas respostas de executivos sobre todo o escândalo.

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