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Shin Megami Tensei III: Nocturne HD Remaster – Old School até demais.

Não é de hoje que os JRPG’s fazem sucesso aqui no ocidente. Jogos como Final Fantasy, Bravely Default, Dragon Quest etc não são sucesso apenas na terra do sol nascente. Cada vez mais o gênero vem caindo na graça dos players, e o queridinho da vez é Persona. Apesar de estar na boca da galera, Persona é um Spinoff de uma série de jogos feita pela Atlus chamada Shin Megami Tensei e é sobre a remasterização do Shin Megami Tensei III Nocturne que falaremos hoje.

Diferente do seu irmão mais novo (Persona), Shin Megami Tensei deixa de lado o life simulator e foca nos elementos de JRPG.

Honestamente, Persona é um dos melhores jogos que já joguei, mas o life simulator tem hora que cansa, e o fato do SMT focar mais no combate me pegou demais. Tenho muito problema em terminar jogos. Por causa de trabalho, faculdade, namoro etc acabo começando jogos e se eles começam a não se encaixar no meu tempo livre, eu dropo e vou pra outro jogo. SMT, apesar de um jogo bem grande (levei cerca de 77h pra fazer apenas um dos finais e jogando boa parte das sidequests) o jogo me prendeu de uma forma que Persona não me prendeu. O SMT é mais direto, objetivo. E a remasterização trouxe uma opção que não estava presente na versão original: a possibilidade de salvar o jogo a qualquer momento. Você cria um save temporário e finaliza o jogo para poder descansar e jogar outro jogo e voltar exatamente do mesmo lugar.

Como não experimente a versão original, tive de pesquisar sobre ela e infelizmente, pelo que pesquisei, o jogo não traz muitas mudanças da sua versão original. Experimentei a versão de Nintendo Switch e possui muitos frame drops, principalmente nas lutas. O gráfico, foi sim, repaginado, mas nada mais que uma melhoria na textura para deixar tudo sem serrilhados, mas não adiantou muito, principalmente nas cutscenes.

Além do combate, outro ponto forte do jogo é o enredo. Sério! A história é muito boa mesmo e te prende, fazendo você querer chegar no fim e ver o que sua escolha resultou.

Numa Tóquio comum, acontece um evento chamado “A Concepção”, um apocalipse etéreo que destrói o mundo e o deixa em ruínas e tomado por demônios. Entre os sobreviventes, está o protagonista, que no evento, é transformado em metade demônio e metade humano (demi-fiend) e tem a missão de usar seu poder e condição para reconstruir o mundo conforme a sua vontade e razões que lhe são apresentadas durante a jornada.

Lendo assim, pode não parecer um grande enredo, mas a forma como é contada e o fato de você escolher o final durante o jogo, é o que dá o toque especial no jogo.

Temos sempre de lembrar que é um Remaster (deveras preguiçoso) de um jogo de 2003! E isso traz algumas questões que pra época eram comuns, mas hoje acabam sendo ultrapassadas.

Desses elementos, o mais chato pra mim (mesmo amando rpg de turno exatamente por conta das lutas), é a forma como o jogo torna isso massante com o tanto de batalhas aleatórias que são encontradas ao se deslocar de um ponto ao outro. É muito frustrante a cada 5 passos você encontrar uma batalha. Um dos problemas em relação a isso é que o SMT III é um jogo bem punitivo. Um descuido na luta pode te trazer um belo de um game over que você não estava esperando.

Talvez você pense: “mas como assim um game over que eu não estava esperado?”. Acredite, demora um pouco pra acostumar, mas o game over é mais comum do que estamos acostumados e isso acaba tornando alguns game overs esperados. Isso porque, como mencionei anteriormente, o jogo é bem punitivo. Eu disse punitivo, não injusto.

Estamos acostumados com RPGs que, se grindarmos um pouco mais, passamos com tranquilidade da parte que estávamos com dificuldade. Em SMT não é bem assim que funciona. Além do grind, é necessário ter uma boa composição de demônios no time, uma boa estratégia e… sorte. Sim, sorte é necessária às vezes. Porque como falei, há muitas batalhas aleatórias e alguns inimigos têm magias que podem dar instakill no time inteiro. É bem frustrante você perto de finalizar uma dungeon e receber um ‘mamudo’ (magia negra que tem a chance de dar o instakill na equipe inteira).

Por falar nas dungeons, o jogo traz várias dungeons bem grandes e com alguns puzzles para realizar. Dentro delas, você pode encontrar save-points e algumas vezes até alguns pontos de restauração, onde pode recuperar a vida, ressuscitar demônios etc

Além das dungeons, andamos também pelo andamos pelo mapa de Tóquio, de uma forma que deixa bem claro que se trata de um jogo de 2003. Vemos apenas um ícone representando o personagem enquanto andamos pelo extenso mapa para ir de um ponto a outros.

O jogo conta com um sistema de fast travels que permite que permite viajar entre os terminais encontratos nas entradas das dungeons. Eles são extremamente úteis se não quiser atravessar um mapa gigantesco tendo de lutar (ou fugir de uma luta) a quase cada 5 passos.

O combate do jogo é por turnos, e é um dos pontos mais fortes que temos aqui. Traz um sistema ótimo de fraquezas e vantagens, onde, quando um ataque atinge a fraqueza do adversário, é possível realizar mais um movimento no turno gerando uma grande vantagem. Mas fique atento, pois isso também vale para os inimigos!

Para os chefes, é sempre necessário pelo menos um game over para entender a forma com que ele luta, quais são suas fraquezas e o que pode ser usado contra ele para derrotá-lo.

A sua party é formada pelo protagonista e por três demônios que são recrutados ao longo da jornada. No começo, é possível recrutar apenas 5. Depois, ao decorrer do jogo, esse número aumenta conforme o Demi-Fiend sobe de nível. Funciona como no Pokémon, você captura os demônios e os usa em combate.

A forma como você recruta os demônios é outro ponto bem característico do jogo. Essa pegada Pokémon é bem legal, mas às vezes fica meio confusa, porque nem todos os demônios respondem da mesma forma ao pedido. Alguns simplesmente pegam o dinheiro oferecido e caem fora. (O ódio de quando isso acontece). Além de recrutar, é possível também fundi-los para criar demônios bem mais fortes.

O jogo conta com uma grande lista de demônios, gerando bastante variedade na hora de montar a equipe. Podendo deixar 03 na party e até outros 09 no estoque.

PROS:

  • Ótimo enredo e possibilidade de moldar o final do game;
  • Combate por turnos incrível e recompensador;
  • Sistema muito bom de recrutar demônios;
  • Possibilidade criar um save para descansar a qualquer momento;

CONS:

  • Diversos elementos datados podem afastar os jogadores que não estão acostumados com jogos mais antigos;
  • Quedas de fps até mesmo na versão de PS4;
  • A evidente preguiça dos desenvolvedores no desenvolvimento do jogo que poderia trazer uma qualidade melhor, tanto de textura, quando de performance;
  • A dificuldade pode afastar alguns jogadores mais casuais.

PLATAFORMAS:

  • Nintendo Switch (plataforma analisada);
  • Playstation 4;
  • Steam.

NOTA: 8/10

Desde que descobri que Persona era na verdade uma série de Spin Off de outra série de jogos, eu fiquei curioso pra conhecer ela. Esse remaster caiu como uma luva para que eu pudesse experimentar a série Shin Megami Tensei. Apesar da preguiça dos desenvolvedores e dos diversos elementos datados, o jogo é incrível. Com uma história que te prende e com um combate incrível, SMT III Nocturne HD Remaster, me trouxe uma grande nostalgia dos JRPGs de PS2 e com certeza é um título ideal pra quem gosta do gênero.

Um comentário

  • Cisco

    Esse é sem dúvida um dos melhores jogos, eu não cheguei a terminar no meu PS2, mas estou louco pra pegar ele no meu switch.

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