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Melhores dos 10s: Metal Gear Solid V: The Phantom Pain

O título “Metal Gear” desperta muitas emoções para os aficionados no mundo dos video jogos. Esse sentimento vai além da nostalgia para aqueles que acompanharam de perto a transição para a tecnologia 3D na era do Playstation 1. O apelo que traz a franquia é pelo fato de ser uma obra que pode ser somente concebida dentro de um jogo eletrônico. Para simplificar a descrição vejamos os exemplos que temos em volta. Jogos de ação, esportes e terror todos em parte são oriundos de experiências que concebemos através dos inúmeros filmes e livros voltados a esses temas que acabam apenas sendo transportados para uma experiência interativa dentro do vídeo jogo. O elemento revolucionário de Metal Gear foi demonstrar ao jogador o quanto é único a experiência de interagir com um controle de vídeo jogo.

Quando Metal Gear Solid foi lançado para o Playstation, trouxe ideias únicas que forçaram o jogador buscar soluções dentro do jogo, ou fora dele, para avançar. Passagens célebres como trocar o controle 2 para derrotar o Psycho Mantis, achar o código de frequência na parte traseira da capa do jogo e encontrar o helicóptero inimigo através do aparelho de som da tv, todas essas situações evidenciaram como era possível conceber um jogo eletrônico com características distintas. Essas inovações não ficaram restritas a este jogo e a cada novo lançamento da linha principal, o seu criador Hideo Kojima, conseguia idealizar novas ideias de acordo com a tecnologia da época. O acúmulo dessas interações colocaram a franquia como sinônimo de vídeo jogo.

Venom Snake explorando com o D-Walker.

Quando o Metal Gear Solid V lançou veio todas aquelas mecânicas furtivas que todos os fãs da série aguardavam. A tecnologia da geração da época possibilitava gerar mapas gigantes onde o jogador podia ter a liberdade para elaborar planos de infiltração com ajuda de várias ferramentas únicas para auxiliar em cada missão. Pelo fato de priorizar esse novo estilo de jogo possibilitou criar outro tipo de interação inédito na série que é a gestão da base onde o jogador era forçado a pensar como distribuir recursos em diferentes áreas de pesquisa e produção. O êxito na alocação destes recursos iria permitir um maior leque de exploração e domínio do terreno para novas ações furtivas. Outro fator importante foi aguardada última peça da narrativa da linha principal da série que iria fechar o arco do Big Boss, um dos protagonistas de longa data da franquia.

Mesmo com tantos avanços na jogabilidade, certos episódios nos bastidores do desenvolvimento, que até hoje não foram explicados, levou o criador da série, Hideo Kojima, e sua equipe serem demitidos da Konami, lugar onde a maioria deles construíram suas carreiras no mundo dos jogos eletrônicos. Essa decisão acarretou no término espiritual do “Metal Gear”, por ter perdido a mente criativa que acompanhou toda a elaboração do universo da franquia. Mesmo a Konami ter decidido continuar usando a propriedade intelectual depois da saída de Kojima, a qualidade dos jogos declinou a tal ponto que foi criada uma linha de caça-níquel de Metal Gear, como uma forma da empresa lucrar a curto prazo com o legado da série. Todos esses eventos aparentou ser uma despedida melancólica para a franquia que moldou os vídeo jogos como conhecemos hoje.

Olhar poético de Quiet.

Apesar desse efeito adverso, tem algo no Metal Gear Solid V que conseguiu superar todas essas adversidades. A maneira como o Kojima abordou a trama do jogou levou a um caminho inesperado que foi uma mensagem de agradecimento e incorporação do jogador no universo da franquia. Dessa maneira, Kojima possibilitou que cada jogador sentisse com o poder de decisão no jogo para que com o esforço coletivo de cada um pudesse continuar o legado da franquia. O impacto desse meio utilizado pelo criador pode ser visto até hoje com o número de jogadores que continuam investindo coletivamente no jogo com o objetivo de alcançar o tão desejado objetivo comum que foi proposto depois do final dos créditos. Interações como essa superam qualquer iniciativa da empresa responsável de manchar o nome da série por conta de sua ganância . No fundo, o que realmente importa foi o ponto sensível de comunhão em torno de um objeto que vai além do que ele estava pressuposto a ser originalmente. Acredito que dificilmente nenhum jogo poderá materializar algo parecido como Metal Gear fez ao longo de sua história.

Jogabilidade:Qualidade dos controles10
Design (Dificuldade, Level, Criatividade)10
História:Enredo9
Narrativa9
Arte:Gráficos10
Direção artística10
Audio:Efeitos Sonoros10
Trilha Sonora10
Port:Estabilidade9
Otimização9
NOTA FINAL:9,6

Sempre pensando através das paredes da caixa, youtuber desde 2012, hoje foca em escrita, livestreams e editor frequente no site, falando principalmente sobre animes, jogos e livros.

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