Análises,  Destaque,  Games,  Indie,  Nintendo,  PC,  Playstation,  Xbox

Nova Lands – Uma ideia simples, executada modestamente

“Se você misturasse Factorio, Forager e Satisfactory, Nova Lands seria justamente isso”. Essa é a descrição do jogo dada pelo próprio desenvolvedor, e é um dos casos em que se encaixa perfeitamente com a realidade. É possível perceber detalhes de todos esses jogos e nenhum deixa a desejar, para quem gosta de jogos de automatização a lá Zachtronics, jogos de survival/craft como Forager e Terraria, ou base building como Survivalists, Nova Lands tem algo a oferecer.

Design minimalista

No que se trata de complexidade, Nova Lands é bem minimalista em sua execução. Tutoriais, história, introdução, tudo é feito da forma mais rápida e compacta possível para deixar o jogador fazer as coisas a seu tempo. É um jogo feito para se descobrir as mecânicas e nuances por tentativa e erro, mas sua interface e design deixam tudo bem claro de forma que ficar perdido nunca seja um problema também.

Nova Lands intro

Logo de cara o jogador é simplesmente deixado em uma pequena ilha hexagonal e as mínimas instruções. Explorando menus e coletando recursos que logo começamos a expandir as operações e até mesmo a abrir outras ilhas. A área total explorável é relativamente pequena comparado com outros jogos do tipo, mas as possibilidades de otimização e construção em cada uma delas providencia o suficiente para que as visitas não se tornem repetitivas ou cansativas.

Boa curva de progressão

Com 30~40 horas para o objetivo final (que só é revelado conforme se joga) e 50~60 horas para se fazer tudo que o jogo tem a oferecer, a progressão acerta um ponto ideal entre nunca precisar de muito grinding para se avançar e nem ganhar tudo muito rápido e sobrecarregar o jogador. Esse tempo pode variar dependendo da forma que cada um prefere cumprir os objetivos, fazendo algumas fábricas simples e deixando o jogo rodar de fundo ou jogando ativamente para espremer o máximo de produção são ambas estratégias válidas.

Como forma de distração, o jogo conta com alguns chefes que contém um recurso raro e skins quando derrotados. Todos esses chefes também possuem segredos que faz com que seja possível coletar a recompensa deles sem precisar lutar, na maior parte dos casos é uma alternativa preferível por ser mais rápido.

E falando de combate, essa é a única parte do jogo que a simplicidade é um detrimento a experiência porque ele não oferece nenhum desafio real e nem é mecanicamente interessante para que seja divertido. É uma pena porque o design dos chefes até é interessante, mas essa é a única parte do kit do jogador que nunca recebe um upgrade interessante. O combate se resume a andar em círculos e atirar com a única arma de munição infinita disponível. Por sorte, nenhuma parte do jogo depende significativamente disso.

Endgame

Apesar de pouco ser falado sobre a história ou progressão, com o tempo fica claro o objetivo do jogo e o quão rápido ele pode ser alcançado depende de quão funcional a linha de produção criada é. Com todas as ferramentas e desbloqueios dados por segredos, habilidades por subir de nível ou novas construções, é possível reorganizar as ilhas a qualquer momento sem ser um esforço titânico. Após completar esse objetivo, resta terminar todas as ordens do mercado e liberar todos os cosméticos de skins de personagem e decoração de casa.

Junto com as ordens do mercado, também há certos segredos a serem descobertos para quem gosta de caçar easter eggs. Novas atividades vão sendo liberadas e sempre tem alguma coisa para se fazer. O maior problema que aparece depois de horas de jogo é a música extremamente repetitiva que começa a irritar.

Em suma, Nova Lands vale a pena?

Nova Lands é um caso de, como diz o assistente IA de Defense Grid 2, a simple job, simply done. Em outras palavras, não é um jogo extremamente ambicioso nem inovador, mas é extremamente competente no que faz e oferece bastante conteúdo pelo valor. Para quem procura um jogo simples ou zen para passar o tempo sem precisar dedicar muita atenção ou tempo para mecânicas e história, é uma excelente pedida.

Sobre versão de Switch

Nova Lands é um jogo PERFEITO para ser aproveitado no console e seu port está muito bem aproveitado e relativamente estável (tivemos apenas um bug extremamente específico na hora de salvar no momento em que o dia vira, o que causou um travamento que impediu o progresso). Controles intuitivos (um futuro update com uso da tela sensível ao toque seria muito bem vindo), uma experiência completamente adaptável ao portátil dado a natureza de sua jogabilidade definitivamente recomendamos a preferência por esta versão do jogo.

PROS:

  • Extremamente viciante;
  • Te permite jogar o quão casual ou min/max quanto desejar;
  • Design minimalista faz com que seja um jogo bem acessível;
  • Interface simples, intuitiva e responsiva;
  • Vários segredos e desbloqueáveis para o endgame.

CONS:

  • Música repetitiva;
  • Combate parece mais um minigame pelo quão fácil e infreqüente ele é.

PLATAFORMAS:

  • PC – GOG, MS Store, Steam (Plataforma analisada, chave gentilmente cedida por HypeTrain Digital);
  • Nintendo Switch (Plataforma analisada, chave gentilmente cedida por HypeTrain Digital);
  • PlayStation 4/5;
  • Xbox One/Series.

NOTAS:

Jogabilidade:Qualidade dos controles10
Design (Dificuldade, Level, Criatividade)9
História:Enredo7
Narrativa7
Arte:Gráficos8
Direção artística7
Audio:Efeitos Sonoros8
Trilha Sonora7
PortEstabilidade10
Otimização10
NOTA FINAL:8.3

Esse é o tipo de jogo que não aparece em nenhuma lista de “Top X”, mas ao mesmo tempo é super divertido de se jogar. É um projeto simples mas que mostra um grande potencial para estúdios de desenvolvimento de jogos brasileiros.

Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *