Inspirado por clássicos como Enduro, Top Gear e Out Run; Horizon Chase Turbo foi um jogo de corrida que pôs o estúdio brasileiro Aquiris no radar de muita gente. Após um moderado sucesso mundial pelo seu apelo retro do primeiro jogo – e o subseqüente DLC Senna Sempre – o estúdio agora seguiu para a continuação.

Partindo da mesma premissa, é um jogo de corrida com controles e física reminiscentes dos jogos retro. O carro se mantém quase em um “trilho” e é feito apenas ajustes entre as pistas para ultrapassar os outros carros e garantir que o carro não saia pela tangente da curva. Freios são para os fracos!

Acessível e relaxado

É um sistema simples, relativamente casual e acessível, mas que tem seus momentos de frustração com os carros dos NPCs constantemente jogando o carro na frente e sempre te fazendo perder velocidade, muitas vezes sem parecer ser erro seu.

E apesar da dificuldade do jogo ser relativamente baixa, as telas de Time Trial tem um pico de dificuldade enorme onde o melhor rank geralmente exige uma rota perfeita com todos os boosts e moedas pegas sem falhar. É possível que certas pistas funcionem melhor com determinados carros, mas aí entra um outro problema.

Problemas na progressão…

Como progressão o jogo faz com que cada carro tenha uma barra de XP. A cada nível você libera um ponto de upgrade que pode deixar o carro melhor. Existem 12 carros e cada um deles tem 10 níveis. O primeiro nível começa a 45 XP e vão subindo até chegar por volta de 120 XP nos últimos níveis.

De forma resumida, o que isso significa é – com cada corrida dando uma quantia fixa de 15 xp por completar – cada carro exigirá várias corridas só para tê-lo no seu melhor potencial. O jogo encoraja você a escolher um carro no começo e não trocar. Causando um desincentivo de variedade.

Picos de dificuldade

Alguns Time Trials são decididamente impossíveis sem as especificações do carro maximizado, e isso cria um pouco de repetitividade desnecessária. A cada conjunto de corridas em um país você libera mais um carro. Esse carro vem com alguns upgrades já liberados, mas isso não chega a resolver esse problema.

Em outras palavras, é um sistema que eventualmente vai exigir que você repita as corridas mais curtas com todos os carros só para poder ter o poder de escolha para os eventos mais difíceis que o jogo tem a oferecer.

Variedade vem a um custo…

Esse grinding geralmente não é um ponto ruim por si só, mas como o resto do jogo é todo mais relaxado e casual, cria-se essa dissonância entre um jogo “zen” e um que exige horas de repetição para completar 100%. Para um jogo que é composto puramente de gameplay, é uma falha bem perceptível.

Então o jogo fica nesse meio termo estranho entre ter uma boa variedade de conteúdo como várias pistas e customizações de carros, mas para liberar tudo exige um nível de repetição que pode chegar a ser cansativo.

Excelente estilo artístico

Fora o gameplay, o jogo realmente conta com um excelente estilo artístico. Os gráficos obviamente não são o ponto alto, mas são excelentes para um estúdio independente. E mesmo se não fosse, as cores vibrantes e paisagens criativas mais do que compensam em criar uma agradável experiência visual.

A trilha sonora também continua excelente, ainda mais memorável do que antes. As músicas sempre pegam um tom diferente dependendo do país que se encontra a pista, e mesmo com lima variedade de estilos, nenhuma música enjoa de se ouvir repetidamente.

Otimização para PC poderia ser melhor

Como o único real negativo, a otimização do jogo deixa a desejar. O jogo obviamente conta com a opção de português brasileiro como uma das línguas, mas a aplicação se recusa a mudar do inglês. É um jogo que ocasionalmente sofre de algumas quedas de frames mesmo não sendo nada muito exigente de recursos. V-Sync chega a ser necessário com a frequência que screen tearing ocorre.

O jogo também não reconhece d-input nativamente. Se for jogar com um controle, ou ele tem que ser um controle de xbox, ou usar algum software como DS4windows ou DSX para usar outras marcas de controle.

Então… Horizon Chase 2 vale a pena?

Para fãs desse estilo de corrida clássico é um prato cheio. Não é um gênero muito comum hoje em dia, então todo e qualquer jogo já vale a pena. Mas de uma forma geral, é um jogo bem simples no que oferece. Apesar de ter bastante conteúdo no papel, ele pode ficar enjoativo rápido. Ele é feito mais para se jogar uns 15 minutos por dia do que realmente dedicar horas. É um bom jogo, mas um relativamente sem ambição.

PROS:

• Diversão simples e despretensiosa;
• Bonito estilo artístico;
• Excelente trilha sonora.

CONS:

• Não teve grandes melhorias ou inovações comparado ao primeiro;
• Algumas decisões de design deixam o jogo um pouco repetitivo.

PLATAFORMAS:

• PC – EGS (Plataforma analisada, chave gentilmente cedida por Aquiris);
• Nintendo Switch;
• Mobile.

NOTAS:

Jogabilidade:	Qualidade dos controles	9
	Design (Dificuldade, Level, Criatividade)	8
História:	Enredo	5
	Narrativa	5
Arte:	Gráficos	7
	Direção artística	9
Audio:	Efeitos Sonoros	8
	Trilha Sonora	10
Port	Estabilidade	7
	Otimização	7
NOTA FINAL:		7.5

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