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Starfield: Uma Década de Expectativas Nasa-Punk

No panorama dos jogos onde estrelas e planetas tornam-se marcos para a criatividade, “Starfield” da Bethesda explode em cena, cintilando com uma promessa que levou décadas para ser construída. A mistura dos mistérios do universo e a reputação impecável de narrativa da Bethesda cria uma expectativa imensa. E, como sucessor espiritual de títulos das séries “Fallout” e “Elder Scrolls”, carrega esperanças e sonhos de inúmeros fãs. Mas, será que ele voa para os céus ou tropeça na atmosfera? Vamos percorrer as ofertas celestiais de “Starfield”.

Game On: 'Starfield' blasts off | CNN

Starfield apresenta aos jogadores uma estética distinta de ‘NASA-PUNK’, um casamento entre a ciência espacial familiar e um toque da visão futurística de antigamente. A abordagem de design única da Bethesda diferencia Starfield de outros títulos de ficção científica, oferecendo uma evolução plausível das tecnologias atuais, resultando em um mundo de jogo que se sente autêntico, vivido e funcional. Essa estética, um termo cunhado pela Bethesda durante seu desenvolvimento, captura um mundo que se sente “concreto e relacionável”, em comparação com os reinos frequentemente fantásticos dos jogos de ficção científica padrão. Neste universo meticulosamente projetado, detalhes como os dutos visíveis na vibrante cidade de Neon ou os elementos práticos dos trajes espaciais destacam que tudo no jogo serve a um propósito tangível. Interessante que, enquanto muitas estruturas e ferramentas no jogo podem lembrar a tecnologia espacial atual, elementos de retrofuturismo oferecem aos jogadores uma experiência envolvente e tátil. É essa lente NASA-PUNK, balanceando entre o real e o nostálgico, que verdadeiramente faz a visão de futuro de Starfield não apenas imersiva, mas também concebível.

Explorar a vastidão do espaço em Starfield é uma experiência emocionante que se alinha perfeitamente com o tema do jogo. No entanto, há momentos em que a exploração parece limitada, especialmente ao tentar voar para os planetas. A introdução de uma cena de transição em vez de entrar e sair livremente dos planetas é um ponto de controvérsia. Comparativamente, “No Man’s Sky” parece oferecer uma transição de entrada e saída mais suave da qual Starfield poderia ter aprendido.

Preocupações iniciais sobre a falta de personagens carismáticos em Starfield provaram-se infundadas. O jogo não proporciona uma infinidade de personagens destacados como “Fallout” ou “Elder Scrolls”, mas os apresentados ressoam profundamente com o tema. A propósito, esse novo tema é revigorante e parece genuinamente ‘Bethesda’, sinalizando um começo promissor para uma nova franquia.

Um dos recursos que mais se destaca em Starfield é a profundidade das escolhas que ele proporciona. Esta foi uma área em que “Fallout 4” um tanto quanto desapontou, mas em Starfield, a profundidade parece equivalente, se não superior, a “Skyrim”.

Personalização é onde o jogo realmente começa a brilhar. Os jogadores não estão apenas explorando as estrelas; estão criando suas narrativas. Seja projetando o casco de sua nave espacial, escolhendo sua tripulação, ou deixando sua marca em um planeta distante com uma nova base, Starfield encoraja seus jogadores a serem mais do que apenas observadores – convida-os a serem criadores. Este vasto mar de escolhas, reminiscente do detalhe meticuloso em títulos como “Armored Core VI: Fires of Rubicon“, pode ser avassalador, mas é sempre recompensador.

Testando em vários modos gráficos, é evidente que Starfield tem alguns problemas menores de desempenho. No entanto, esses problemas não são tão pronunciados quanto alguns podem afirmar. O desempenho do jogo depende em grande parte do hardware do usuário, com máquinas poderosas rodando-o de forma mais eficiente. Lembre-se, o charme da Bethesda muitas vezes inclui um pouco de desajeitamento, e mesmo assim, Starfield é o jogo mais bonito do estúdio até o momento.

Starfield gameplay shows combat, crafting & base-building | Shacknews

A trilha sonora, no entanto, deixou um pouco a desejar. No calor dos combates ou ao navegar por terrenos traiçoeiros, a trilha sonora muitas vezes parecia contida, especialmente quando comparada às trilhas dos títulos passados da Bethesda.

Starfield parece ser o ápice de uma espera de uma década. Enquanto alguns podem desconsiderar “Fallout 76”, o sentimento geral é de que Starfield valeu a antecipação. É uma verdadeira experiência sandbox da Bethesda e ofusca facilmente as ambições em lançamentos iniciais frustrados de títulos como “Cyberpunk 2077”.

Neon City Guide - Starfield Guide - IGN

O jogo ainda tem arestas a serem aparadas, mas a comunidade tem esperança de futuros refinamentos e adições de conteúdo. Tão expansivo quanto parece agora, Starfield já mostra o potencial para superar os projetos anteriores da Bethesda em escala e profundidade. Há um ligeiro sentimento de saudade por títulos como “The Elder Scrolls VI” ou “Fallout 5”, mas Starfield permanece firme como um testemunho do poder de criação de jogos da Bethesda.

PROS:

  • Tema Nasa-Punk é genuíno e não uma justificativa para um pré-texto
  • Jogabilidade viciante
  • Exploração Bethesda
  • Customização diversa impressionante

CONS:

  • Falta de um “tchãn” na trilha sonora de combate
  • Qualidade gráfica inconsistente
  • Transição de voo entre planeta e espaço

PLATAFORMAS:

  • PC (plataforma analisada, chave gentilmente concedida por Bethesda)
  • Xbox Series

NOTAS:

Jogabilidade:Qualidade dos controles8
Design (Dificuldade, Level, Criatividade)10
História:Enredo9
Narrativa9
Arte:Gráficos7
Direção artística9
Audio:Efeitos Sonoros10
Trilha Sonora8
PortEstabilidade7
Otimização9
NOTA FINAL:8.5

Starfield é a audaciosa tentativa da Bethesda de criar um universo do zero, e é em grande parte triunfante. É uma ode à exploração e ao espírito humano incansável, e à medida que o jogo continua a evoluir, está prestes a estabelecer um novo padrão de ouro para o estúdio.

Engenheiro de Software, Game Dev e Criador de Conteúdo.