Ender Magnolia – Primeiras Impressões (PREVIEW)
Ender Lilies é um metroidvania bem competente no que faz. O jogo foi um trabalho colaborativo entre os estúdios Adglobe e Live Wire, e – conforme dito no nosso review – é uma boa primeira impressão da competência dos times de entregar um jogo polido e responsivo. Três anos depois do lançamento dele, entra Ender Magnolia em acesso antecipado.
A build atual do jogo contém por volta de 3 horas de conteúdo, pra todos os efeitos é um demo em duração. Todo o conteúdo acessível já está polido e bem apresentado, supondo que a versão completa só adicione conteúdo, é um ótimo sinal pro futuro do jogo.
Logo de cara, já é possível perceber uma mudança significativa em cima do jogo anterior. Lilac, a nova protagonista, é bem mais ágil que a sacerdotisa Lily. Apesar de inicialmente ambas contarem apenas com uma esquiva simples, Lilac se recupera bem mais rápido para se reposicionar ou contra-atacar imediatamente.
Não tarda muito para recebermos habilidades importantíssimas de mobilidade também, o jogo nem termina o tutorial e já entrega um upgrade que dá tanto pulos duplos quanto air dashes. É estranho um metroidvania entregar poderes tão centrais assim logo de cara, mas é uma mudança bem-vinda.
Somando tudo isso com o fato de que segurar o botão de esquiva agora faz com que o personagem corra, fica claro que a direção de Magnolia espera que o jogador se divirta ao navegar pelas telas logo de cara. Backtracking é um conceito central em metroidvanias, mas aqui não parece que vai ser algo tedioso de se fazer.
Combate também é perceptivelmente melhor. Os ataques causam menos tempo de recuperação, e de forma geral são mais responsivos. A barra de “stagger” presente em Ender Lilies retorna, mas aqui aparenta ser mais bem integrada com o combate. Enquanto no primeiro jogo era perfeitamente possível jogar completamente ignorando essa mecânica, em Magnolia os inimigos são mais agressivos e causam bem mais dano, fazendo o uso de stagger algo bem mais importante.
Apesar disso, o jogo não é mais difícil que Ender Lilies até o momento. A mobilidade e responsividade de Lilac dá muito mais chances pro jogador esquivar de ataques por completo. As frames de invincibilidade também são extremamente generosas. E inimigos também não causam mais dano apenas por contato, algo estranho de se ver no gênero, mas que muda consideravelmente a forma de se interagir com o combate do jogo.
Dessa vez os espíritos foram substituídos por homunculos, e com essa mudança, também aproveitaram para ajustar a forma que o jogador equipa ataques. Onde antes haviam várias habilidades e apenas 6 slots para colocá-las, Ender Magnolia limita seu número para 30 ataques onde cada homunculo oferece 3 padrões de ataque diferentes, e apenas 4 slots para equipá-los.
Tudo isso combinado faz o combate ser menos sobre procurar os melhores e subí-los para o máximo o quanto antes e deixa a escolha de ataques uma opção estratégica sem uma real “melhor” opção. Chefes dessa vez podem muito bem exigir builds completamente diferentes dependendo do estilo de jogo de cada um já que cada opção tem sua distinta utilidade.
Por fim, também foram feitas grandes mudanças no jeito que o mapa é feito. Enquanto Ender Lilies apenas colocava blocos vagamente conectados, Magnolia nos dá um diagrama detalhado dos arredores e nos mostra exatamente onde estamos nele. Por bem ou por mal, até mesmo portas trancadas e bloqueios estão disponíveis nele.
E essa é provavelmente a mudança que mais pode desagradar fãs do primeiro jogo. Ender Magnolia não parece focar tanto em exploração, ao te dar mobilidade logo de cara e ter um mapa detalhado, aparenta ter um design mais linear e mais resistente a sequence breaks. Apesar de ser um aspecto importante de qualquer metroidvania, Ender Magnolia não parece ser pior por não ter isso (ao menos nas primeiras horas de jogo).
De resto, o jogo faz o que seria esperado de uma continuação de Ender Lilies. Excelente estilo artístico, atmosfera sombria e distintamente dark fantasy, músicas melancólicas, etc. Ainda é cedo demais para julgar qualquer coisa relacionada a história, mas é difícil até ver a conexão que o jogo tem com o seu antecessor.
De acordo com a descrição, os eventos de Magnolia se passam décadas depois de Lilies, mas fora a corrupção de blight sendo central aos eventos de cada um, é quase impossível reconhecer a similaridade entre os universos.
Até o momento, tudo aponta para uma excelente continuação, apesar da build atual ser realmente diminuta em conteúdo.