Unicorn Overlord – Mais uma bela experiência da parceria da Atlus com a Vanillaware
Unicorn Overlord chega com o peso de fazer com o que o gênero de RPG Tático tenha apelo com o público mainstream, semelhante ao que a própria Atlus fez com Persona 5, mostrando que é possível sim lançar jogos desse estilo nos dias de hoje, e isso as duas empresas têm capacidade de sobra para realizar.
A parceria entre as duas empresas já dura 17 anos, pois o primeiro título lançado em cooperação entre elas foi Odin Sphere em 2007 para o PS2. No entanto, muito antes da Vanillaware existir como estúdio de fato, seu fundador George Kitami dirigiu Princess Crown, jogo desenvolvido entre Atlus e Sega e lançado originalmente em 1997 para o Sega Saturn.
O que nos faz pensar que essa parceria tecnicamente já dura a 27 anos que, além dos já citados Odin Sphere e Princess Crown, trouxe também Dragon’s Crown e 13 Sentinels: Aegis Rim. Agora em 2024 chega em nossas mãos Unicorn Overlord, um RPG de estratégia em turnos com temática de fantasia medieval e que visivelmente bebe da fonte de títulos clássicos do gênero como Ogre Battle e Fire Emblem.
A História de Unicorn Overlord:
Sem dar grandes spoilers o plot principal é o seguinte: No papel de Alain, príncipe de Cornia que foi forçado a fugir de seu reino. Sua mãe, a rainha Ilenia, foi assassinada pelo traidor general Valmore, que agora usurpa o trono e ameaça a paz do continente de Fevrith.
Sua missão é reunir um exército e liderar uma resistência contra a tirania de Valmore enquanto explora as cinco grandes nações. A história apresenta essa estrutura narrativa clássica já muito conhecida nos RPGs, o que não é impressionante mas, mesmo sendo simples, aqui ela é bem feita como deve ser.
Gameplay:
Aqui não tem muito segredo, escolhendo entre três dificuldades que são chamadas de: Story, Tactical e Expert. Sendo a Story a mais baixa e focada para aqueles que somente querem aproveitar a história e sem muitas dificuldades nas batalhas, Tactical para os já familiarizados com o gênero e Expert para os jogadores hardcore que buscam o desafio máximo e tem ampla experiência com RPGs Táticos. Caso não se sinta confortável, a todo momento é possível trocá-la, e mesmo na mais fácil, a experiência ainda é desafiadora.
O combate é em tempo real e te apresentas várias mecânicas e skills que podem ser usadas mas, seu funcionamento principal é bem simples. No mapa você tem que colocar suas unidades para serem movimentadas e, ao encontrar com um grupo inimigo e ao entrar em batalha a tela muda para um cenário 2D onde de maneira automática os personagens entram em combate e dependendo do nível do seus personagens ou dos inimigos, você pode ganhar ou perder rapidamente, sem muito tempo para comemorar ou chorar, ou seja, uma blitzkrieg, ganhando ou perdendo, segue o jogo.
E independente do resultado desses combates que acontecem no mapa, você não perde de imediato, afinal você perdeu uma batalha e não a guerra. O leque de classes também é enorme, sendo ao todo 60 classes diferentes para você escolher e cada uma possui habilidades e características únicas que podem ser combinadas para criar estratégias de combate devastadoras o que te permite montar seu exército da maneira como preferir.
Unicorn Overlord também te oferece personagens secundários para cada classe, o que significa um poder de personalização ainda maior e de criar unidades com habilidades únicas já que também um sistema de afinidade se faz presente, fora que em cutscenes importantes, o jogo tem um sistema de escolhas de diálogos o que pode mudar o rumo como elas discorrem.
Porém, é só na parte final que elas irão efetivamente influenciar em qual dos dois finais o jogador pode receber. Quando você não está em combate, Unicorn Overlord te deixa livre em um mapa aberto para explorar, comprar e coletar itens, treinar seus personagens, recrutar aliados, realizar quests e missões secundárias nas diversas cidades e mais um monte de outras coisas, o que mostra a possibilidade de imersão e interação no mundo que lhe é apresentado.
Fora o sistema de relacionamento que já auto explica sua função, mas aqui você primeiro tem que namorar com o personagem que deseja se relacionar, seja homem ou mulher, e ao maximizar sua relação poderá então se casar. Esse sistema de relacionamento tem vários bônus, então fique a vontade para escolher sua “waifu” ou “husbando” para se casar e seja feliz.
Visuais de Unicorn Overlord:
Uma característica forte dos jogos da Vanillaware é ter gráficos e designs belíssimos e aqui não é diferente, tudo é muito bem animado e detalhado, destaque para as animações das batalhas e os cenários que são bem variados e cada nação tem suas peculiaridades.
Até mesmo a comida é linda, igual dizem por aí que as comidas nas animações do estúdio Ghibli são bonitas, parece que isso também é recorrente na Vanillaware pois em Dragon’s Crown uma das maiores dificuldade é não sentir fome enquanto joga, o que é impossível pois a comida é tão bem feita que dá água na boca, 10 de 10.
Música e Som:
Por ser um jogo com temática de fantasia medieval é bem previsível saber qual será o estilo da trilha sonora, bem, por mais que não seja nada impressionante particularmente, cumpre sua função muito bem.
No quesito áudio o destaque fica por conta da dublagem que está tanto em inglês quanto em japonês e fica disponível para ser trocada a qualquer momento, e nessa review o idioma da dublagem utilizado foi o original em japonês que é muito bom do começo ao fim, para os mais assíduos fãs de JRPGs, aqui é um deleite aos ouvidos.
Considerações Finais sobre Unicorn Overlord:
Para os fãs de RPGs táticos, Unicorn Overlord é o vento áureo que o gênero precisava para encabeçar uma nova era de grandes jogos semelhantes. Ele pode ser o pontapé para que franquias como Final Fantasy Tactics possam retornar, e outras novas surgirem. Atlus e Vanillaware têm em mãos um novo hit para se tornar uma franquia de sucesso, com uma apresentação bela e abordagem amigável para novatos e uma célebre experiência para veteranos.
PROS:
- Gameplay divertido e desafiante com um leque enorme de possibilidades de skills, mecânicas e personagens;
- Mapa enorme com muito a ser explorado;
- Gráficos e animações belíssimas.
CONS:
- Trilha sonora que não empolga muito.
PLATAFORMAS:
- Nintendo Switch;
- PlayStation 4/5;
- Xbox Series X/S (Chave gentilmente cedida pela Sega).
NOTAS:
Jogabilidade: | Qualidade dos controles | 10 |
Design (Dificuldade, Level, Criatividade) | 10 | |
História: | Enredo | 10 |
Narrativa | 9 | |
Arte: | Gráficos | 10 |
Direção artística | 10 | |
Audio: | Efeitos Sonoros | 9 |
Trilha Sonora | 7 | |
Port | Estabilidade | 10 |
Otimização | 10 | |
NOTA FINAL: | 9.5 |
Uma aventura com apresentação visual e direção impecáveis, mais uma criação magnífica de uma parceria longeva e que mostra mais uma vez o poder dessa dupla de entregar grandes experiências naquilo que se propõem, marcando o possível início de uma nova grande franquia de RPG.