Serious Sam é frequentemente comparado com jogos tipo Doom, Quake, Duke Nukem e Wolfenstein; o que é interessante tendo em vista que foi lançado quase uma década depois desses jogos. Hoje conhecido como boomer shooter, todos fazem parte de um tipo de FPS caracterizado pelo foco em combate, pouco compromisso com realismo (em outras palavras: arcade) e mecânicas simples. Ironicamente, Serious Sam também é o único dos mencionados que ainda existem dentro desse subgênero. Doom e Wolfenstein mantiveram certos aspectos de suas raízes, mas evoluíram bastante a ponto de se desviar de suas origens, Quake existe apenas como multiplayer sendo mais um hero shooter do que sua encarnação clássica, Duke Nukem simplesmente desapareceu após a desastrosa tentativa da Gearbox de reviver a franquia (provando que “antes tarde Duke Nukem” não é sempre verdade); mas Sam “Serious” Stone permanece firmemente dentro da fronteira de sua origem.

Siberian Mayhem continua esse ciclo por bem ou por mal, dessa vez sendo desenvolvido por um time russo de modders que começaram a fazer uma campanha própria em cima de Serious Sam 4 e eventualmente foi supervisionada e sancionada pela Croteam, os principais desenvolvedores da série. Considerado uma “expansão standalone”, o jogo continua diretamente os eventos do quarto jogo e usa sua engine e esqueleto, ainda contendo pontos de habilidade e caminhos opcionais como maior evolução de seus antecessores. Há alguns inimigos e armas novas, mas para quem jogou o quarto jogo já sabe exatamente o que esperar já que apenas o level design tem uma mudança realmente notável.

Expandindo nessa diferença, Siberian Mayhem contém mapas bem maiores para se explorar, com uma rota secundária em particular se estendendo por quase a mesma duração do mapa principal. Isso faz com que o jogo tenha mais tempo de entretenimento para quem gosta desse tipo de conteúdo, porém deixa o ritmo de jogo péssimo para se jogar cooperativo ou quem gosta mais do combate do jogo. Uma outra mudança menor foi a adição de barras de vida, o que facilita a compreensão de quanto cada arma é eficiente e faz a experiência de novos jogadores bem mais agradável ao entender instintivamente quais armas usar para cada tipo de inimigo.

De resto não há muito mais o que se falar sobre essa expansão. Sua performance está muito melhor que o quarto jogo, porém cada tela ainda demora muito para carregar mesmo instalando um jogo em um SSD. O jogo contém uma história e mais NPCs te acompanhando de tempos em tempos, mas ambos não servem de muito além de adicionar contexto para as infames piadas de Sam. A série tem um legado de simplicidade em gameplay, muitos inimigos, um protagonista cujo principal objetivo e entregar piadas de tiozão de tempos em tempos e segredos old-school; então não espere nada além disso em Siberian Mayhem pois ele apenas continua esse legado.

Contendo 5 telas e levando de 6 a 12 horas para zerar (dependendo da dificuldade e do jogador fazer ou não as side quests), a expansão faz valer o seu preço para quem quer mais do que SS4 oferece, ou simplesmente procura um novo boomer shooter para jogar.

PROS:

• Clássica jogabilidade arcade para quem gosta;
• Ótima trilha sonora;
• Level design mais interessante que seu antecessor;
• Uma variedade de opções e alternativas para quem tem enjôo e/ou tontura jogando títulos em primeira pessoa.

CONS:

• Telas excessivamente grandes fazem a exploração ser chata sem mais opções de mobilidade ou um mapa;
• Expandindo na duração de telas, sessões coop também sofrem de problemas de ritmo por causa disso;
• Algumas arenas são extremamente frustrantes.

PLATAFORMAS:

• PC – Steam (Plataforma analisada, chave gentilmente cedida por Devolver Digital).

NOTA: 8/10

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA