Análises,  Destaque,  Games,  Nintendo,  PC,  Playstation,  Xbox

A Plague Tale: Requiem – Mais do mesmo

Asobo Studio (não confundir com a Team Asobi, remanescente da Japan Studio) era mais conhecida na indústria como uma desenvolvedora de adaptações de propriedades intelectuais da Pixar para videogames. De vez em quando conseguiam contratos de terceiros para certos projetos como The Crew ou ReCore, mas foi apenas recentemente que tiveram um moderado sucesso com um projeto próprio em A Plague Tale: Innocence. Um jogo extremamente inspirado pelo sucesso de The Last of Us, com um interessante diferencial de se passar em um período medieval, só usando a peste bubônica e um bom tanto de sobrenatural como a sua pandemia.

Com apenas três anos de diferença foi lançado uma continuação – Requiem – que só pode ser definida como: Um jogo extremamente inspirado pelo sucesso de The Last of Us, com um interessante diferencial de se passar em um período medieval, só usando a peste bubônica e um bom tanto de sobrenatural como a sua pandemia…

A Plague Tale é um tipo de experiência cujo apelo é extremamente focado em quem já é muito fã do tipo de jogo que TLoU é. É um jogo com 20 horas de duração – horas das quais a história as vezes ignora ou passa superficialmente por certas perguntas que ela mesmo levanta, e cujo gameplay nunca passa de “aceitável”. Especialmente quando boa parte do jogo é praguejado por problemas técnicos como quedas de frames, certas habilidades desbloqueadas param de funcionar, animações bugadas, personagens não indo para onde devem e prosseguir a história, etc.

No que se trata de gameplay, houve uma pequena melhoria em cima de Innocence. Porém a essência ainda é a mesma, um combate extremamente lerdo cujas opções são limitadíssimas por faltas de recursos e posicionamento de inimigos que só permitem uma, ou muito raramente duas, opções para se prosseguir.

A pior parte são as condescendente tentativas em fazer o jogo parecer o que não é. Há um excelente exemplo logo no começo do jogo onde o HUD atualiza o objetivo para salvar um certo NPC, porém simplesmente não é possível fazer isso sem bugar o jogo. O jogo inteiro é um script onde se espera que o jogador siga fielmente sem questionar, e existem certas seções tão desnecessariamente compridas que é fácil se enjoar delas. Para piorar, a (falta de) estabilidade do jogo faz com que stealth seja extremamente horrível já que a IA vive bugando e te vendo através de paredes ou tendo campos de visões inconsistentes entre si.

Ainda assim, jogabilidade nunca é o forte desses jogos. Geralmente é um aspecto sacrificado em prol de uma narrativa focada e uma história bem trabalhada, mas nem isso Requiem tem a seu favor. A história freqüentemente anda em círculos, além de sempre entrar em conflito com a sua própria mensagem. É um enredo que quer ter momentos de leviandade sendo que a maior parte das interações com os personagens são movidas pelas piores motivações imagináveis. O jogo sofre de apenas um punhado de personagens realmente carismáticos e bem escritos, onde o resto segue certos estereótipos e clichês sem quaisquer outras qualidades os redimindo.

Nem mesmo como uma continuação ele é interessante, tendo em vista que o contexto de Innocence é completamente irrelevante para quase tudo que acontece. De fato, ter jogado o primeiro jogo pode até ser um negativo tendo em vista a frequência que o jogo utiliza exatamente os mesmos artifícios do primeiro jogo na história. A evolução é mínima.

Em resumo, A Plague Tale: Requiem é mais do mesmo. Um jogo cujo gameplay é péssimo, uma história que tem algumas partes legais e dramáticas, porém com muitas falhas em grande escala, e com excelentes visuais tentando te distrair de tudo que o jogo não tem.

PROS:

  • Excelentes visuais;
  • Atmosfera única no gênero.

CONS:

  • História é pior que a soma das partes;
  • Certas seções não adicionam nada para um jogo de 20h de duração;
  • E apesar disso certos arcos e perguntas da história ainda ficaram em aberto;
  • Gameplay truncado e insatisfatório;
  • Extremamente linear e excessivamente lento em certas partes;
  • Mais bugs do que ratos.

PLATAFORMAS:

  • PC – GOG, MS Store (Gamepass, Plataforma analisada), Steam;
  • Nintendo Switch (cloud);
  • PlayStation 5;
  • Xbox Series.

NOTAS:

Jogabilidade:Qualidade dos controles4
Design (Dificuldade, Level, Criatividade)2
História:Enredo3
Narrativa6
Arte:Gráficos9
Direção artística7
Audio:Efeitos Sonoros7
Trilha Sonora8
PortEstabilidade3
Otimização6
NOTA FINAL:5.5

Sabiam que esses jogos vão virar uma série de TV? Não sou fã da crítica de “filminho” pra diminuir um jogo pois o meio é excelente para contar uma história mesmo que o gameplay seja fraco (vide Visual Novels), mas quando o jogo já é criado com a intenção de não ser um jogo, aí existe um problema. Talvez A Plague Tale funcionasse melhor como uma série de TV, mas a análise é de um videogame, e para isso ele é péssimo. Há alternativas melhores para jogos sobre o fim do mundo e ratos que possuem uma jogabilidade, e até mesmo história, melhor.

Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *