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Rusted Moss – Metroidvania com grappling hook

É inegável que o famoso grappling hook andou ganhando popularidade recentemente em design de jogos. Alguns amam, outros detestam, mas é uma mecânica que vem sendo testada em vários gêneros e franquias diferentes. Rusted Moss é uma dessas tentativas de trazer uma nova mobilidade para um modelo estabelecido, sendo um metroidvania que troca o eterno pulo duplo por um grappling hook que te permite balançar pela tela feito um Homem-aranha.

Rusted Moss Platforming

Sendo justo, não é exatamente o primeiro jogo a tentar algo do tipo. Kunai mesmo usou uma mecânica parecida apenas alguns anos atrás e Mega Man Zero também tentou incorporar alguns grappling hooks em certas seções.

Onde Rusted Moss realmente se diferencia é por ter um maior controle em cima de onde se joga o gancho além de sua física baseada em inércia. É uma mobilidade realmente diferenciada no gênero.

O jogo é ambientado em um mundo onde humanos e faes (uma mitologia sobre fadas) compartilham um mundo. A história é centrada em Fern uma changeling (fae com aparência humana) e sua missão secreta.

Apesar do pano de fundo ser interessante, toda a história e narrativa do jogo nunca evolui muito. Até mesmo Fern e Puck que estão em foco nunca parecem ter uma consistência de personalidades durante o desenrolar dos eventos. De uma forma geral, roteiro e narrativa não são focos nem pontos fortes do jogo. O jogo até conta com tradução PT-BR, mas nem ela é perfeitamente polida nesse quesito.

Rusted Moss 1

O que realmente toma foco em Rusted Moss é seu desafio tanto em combate como em plataforming. Para um jogo que só tem duas dificuldades, “Normal” e “Flexible”, a experiência padrão é um tanto quanto difícil. Em parte por causa do tipo de controle incomum que prefere mouse e teclado a um controle, mas boa parte por design intencional que ousa o jogador a superar certos obstáculos.

Rusted Moss Difficulties

Não precisa de muito tempo de jogo para que ele entregue o seu principal upgrade. Alguns passos e um chefe para se acostumar com o básico, e logo mais temos o grappling hook, junto com uma área de treino onde falhas não causam dano. O tempo de adaptação pode variar de pessoa para pessoa, mas o primeiro treino é suficiente para explicar as principais técnicas a ser usadas.

Surpreendentemente não se conta com muitos upgrades e habilidades pela jornada – o que parece um tanto quanto contraprodutivo para um metroidvania – mas Rusted Moss consegue se manter interessante por toda sua duração. Entre o combate estilo twin stick e as diferentes formas que se pode abusar das físicas para chegar em lugares novos, o ritmo nunca fica parado.

A maior parte das novidades vem na forma das diferentes armas que liberamos. Apesar de inicialmente parecer apenas úteis para o combate, o recuo de duas armas em específico começam a servir de importantes peças no plataforming. Sem sombra de dúvidas, uma das formas mais diferentes de se movimentar em um metroidvania.

O level design, apesar de não ser particularmente notável, é bom o suficiente para que seja possível encontrar certos skips e maneiras diferentes de entrar em lugares que ainda não deveria ser possível. O jogo até conta com um modo específico para speedrun, então com certeza é um prato cheio para quem gosta desse lado.

O que é um pouco decepcionante é seu mapa. Apesar das melhorias e conveniências que os novos jogos trazem – como mapas detalhados, marcadores, e minimapas na tela – Rusted Moss se contenta com o clássico mapa quadriculado com o mínimo de informações necessárias. Não é como se fosse algo que realmente estraga a experiência, mas poderia ter feito uso de formas mais modernas que o gênero andou aplicando.

Todo o design de áudio do jogo também não é nada impressionante. Sons das armas, efeitos e inimigos são suficientes, apesar de repetitivos. A trilha sonora nunca deixa de ser apenas ruído de fundo, e não é insubstituível para a experiência que o jogo oferece. É apenas mediano o suficiente para cumprir seu serviço.

Rusted Moss 2

De uma forma geral, é um jogo acima da média, mas cujo real diferencial é os desafios que oferece tanto em combate como plataforming.

Afinal de contas, Rusted Moss vale a pena?

Para fãs de metroidvania, com certeza é um jogo competente o suficiente para se divertir com o que ele oferece. Não chega a ser do tipo de se maravilhar e recomendar a todos como uma jóia injustiçada, mas faz exatamente o que promete. Às vezes é só o que precisa para se aproveitar um jogo.

PROS:

  • Extremamente desafiador;
  • Combate divertido;
  • Geralmente rápido em suas ações;
  • Mobilidade fluída o suficiente para encontrar skips.

CONS:

  • A dificuldade as vezes vem dos controles inconsistentes;
  • História e narrativa completamente esquecíveis;
  • Level design simplista demais;
  • Sistema de mapa extremamente antiquado.

PLATAFORMAS:

  • PC – Steam (Plataforma analisada, chave gentilmente cedida por PLAYISM).

NOTAS:

Jogabilidade:Qualidade dos controles7
Design (Dificuldade, Level, Criatividade)9
História:Enredo6
Narrativa6
Arte:Gráficos7
Direção artística8
Audio:Efeitos Sonoros7
Trilha Sonora7
PortEstabilidade9
Otimização9
NOTA FINAL:7.5

Metroidvanias e plataformas são os meus gêneros favoritos, então eu fico num meio termo onde eu consigo me divertir até com os “ruins” entre eles, mas ao mesmo tempo precisa de muito pra me impressionar como algo que se sobressaia do resto. Rusted Moss cai bem no meio termo. Está longe de ser ruim, mas não é tão ambicioso a ponto de se destacar.

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